O Bolsa Família encerra 2025 atendendo 18,7 milhões
de famílias, uma queda de 2,1 milhões de beneficiários em relação ao ano
anterior. O recuo ocorre em meio a revisões cadastrais mais rígidas,
reformulação do Cadastro Único e um pente-fino intensificado a partir do 2º
semestre, quando o governo começou a enfrentar limitações orçamentárias para
manter o programa. Em dezembro de 2024, o número de atendidos era de 20,8
milhões — 11,2% acima do patamar atual.
Apesar da redução de beneficiários, o valor médio
pago pelo programa segue em alta: passou de R$ 607,14 em dezembro de 2022 para
R$ 691,37 ao fim de 2025. O governo atribui a diminuição do público ao aumento
de renda de parte das famílias, mas admite que outra parcela foi cortada por
irregularidades ou segue impedida de receber o benefício mesmo após apresentar
documentos exigidos pelos municípios.
O aumento dos gastos acompanha a escalada do valor
médio: em dezembro, o programa movimenta R$ 12,7 bilhões — bem acima dos R$ 3,7
bilhões de janeiro de 2022, embora abaixo do pico de R$ 15 bilhões registrado
em junho de 2023. Enquanto isso, a fila de pré-habilitados voltou a crescer e
chegou a 987,6 mil famílias em novembro, o maior número desde julho de 2022. O
governo ainda não divulgou os dados de dezembro.
Com a pressão fiscal aumentando, os cortes se
intensificaram no 2º semestre, levando o programa ao nível atual de
beneficiários. O cenário reforça a falta de transparência sobre quem está sendo
excluído e expõe o desafio do governo em equilibrar demanda social crescente
com limitações orçamentárias. Os pagamentos de dezembro foram antecipados e
seguem até o dia 23, com todos os depósitos garantidos antes do Natal.
Com informações do Poder360

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