O Ministério Público Federal revelou que o esquema
de corrupção investigado pela Operação Coffee Break, em São Paulo, queria
ampliar o faturamento vendendo materiais para crianças com Transtorno do
Espectro Autista (TEA). Segundo o MPF, o grupo tinha relação direta com Carla
Ariane Trindade, ex-nora de Lula, e com Kalil Bittar, ex-sócio de Lulinha.
Ambos seriam utilizados como ponte para gabinetes em Brasília.
A denúncia aponta que o doleiro Eduardo Maculan
propôs transformar a venda de “salas especiais” e kits “neuro especiais” em um
novo filão de lucro. Mensagens mostram o empresário André Mariano, apontado
como chefe do esquema, dizendo ter “bons caminhos” dentro do MEC, para levar o
projeto “para cima”, ou seja, ao governo federal. A PF acusa Mariano de
subornar operadores políticos para abrir portas em ministérios.
O grupo já é acusado de vender livros e kits
robóticos superfaturados para prefeituras, chegando a cobrar até 35 vezes o
valor real dos produtos. Apenas com esse modelo, a empresa teria faturado R$
111 milhões.
A investigação também mostra que, em 2023,
integrantes do esquema se reuniram com o então ministro do Trabalho do governo
Jair Bolsonaro, José Carlos Oliveira, para discutir contratos federais.
As defesas negam irregularidades. A de Kalil afirma
que os serviços prestados são legais, enquanto a de Mariano diz que ele não
lidera organização criminosa. O restante dos citados não foi localizado. O caso
segue sob investigação, com novos desdobramentos esperados nas próximas
semanas.


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