Uma pesquisa da Pearson revelou que o Brasil joga
fora R$ 1,08 trilhão por ano devido a gargalos nas transições do ciclo de
trabalho — perda equivalente a 9% do PIB e a maior entre todas as economias
analisadas. O levantamento, que comparou seis países e os estados da Califórnia
e Nova York, mostra que nenhuma outra região perde tanto proporcionalmente
quanto o Brasil.
O principal problema não está na automação, mas na
dificuldade de recolocar trabalhadores. Segundo o estudo, R$ 701 bilhões — 65%
de todo o prejuízo — são resultado do longo tempo que um brasileiro leva para
voltar ao mercado após perder o emprego: em média, 42 semanas, mais que o dobro
do Canadá (18 semanas) e acima do Reino Unido (32 semanas). Reduzir esse
período em 20% já renderia um ganho anual de R$ 140 bilhões.
A defasagem entre educação e demanda do mercado
agrava o cenário. A CEO da Pearson no Brasil, Cinthia Nespoli, aponta que um
quinto dos jovens de 18 a 24 anos está na condição de “nem-nem” — nem estuda,
nem trabalha — e que isso freia o crescimento econômico. O estudo também alerta
que 32% dos empregos no país correm alto risco de serem substituídos pela
automação, índice maior que o de economias como EUA e Austrália.
O relatório recomenda duas prioridades ao governo:
atacar o desemprego estrutural com programas de recolocação e requalificação, e
se preparar desde já para o impacto da automação. Segundo a Pearson, esperar a
disrupção tecnológica chegar tornará o prejuízo ainda maior.
CNN

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