A aprovação do projeto antifacções na Câmara dos
Deputados, nesta terça-feira (18), reorganizou forças políticas e ampliou a
pressão sobre o governo Lula. A pauta da segurança pública aproximou Centrão e
direita, que votaram juntos para validar o relatório de Guilherme Derrite
(PP-SP), aprovado por 370 a 110. O bloco governista ficou isolado ao tentar
barrar trechos do parecer e reverter dispositivos que divergiam do texto
elaborado originalmente pelo Ministério da Justiça.
A informação é da coluna do William Waack, da CNN.
Durante a tramitação, o Planalto acusou falta de disposição para negociar e
reclamou da rapidez com que a votação foi conduzida pelo presidente da Câmara,
Hugo Motta (Republicanos-PB), responsável por indicar Derrite como relator. O
PT ainda tentou retirar o projeto de pauta, sem sucesso. Mesmo partidos que integram
a Esplanada — como MDB, PSD, PDT, PP e União Brasil — deram maioria ao texto de
endurecimento, movimento visto por líderes do centrão como politicamente
vantajoso em ano pré-eleitoral e alinhado ao apoio popular à recente
megaoperação no Rio, criticada por Lula.
O presidente, por sua vez, voltou a atacar o formato
aprovado, afirmando nas redes sociais que o texto “troca o certo pelo duvidoso”
e pode fragilizar o combate ao crime organizado. Motta reagiu indiretamente,
acusando o governo de difundir “inverdades” sobre o projeto e afirmando que a
Câmara não se submeteria a “falsas narrativas” sobre segurança pública. No PT,
a avaliação é de que o episódio expôs uma crise de confiança entre o governo e
a presidência da Casa, agravada por escolhas de relatoria e por votações
aceleradas que desagradaram ao Planalto.
A tensão também alcança o Senado. A análise do
projeto deve ser palco da nova disputa, enquanto Lula tenta emplacar Jorge
Messias para a vaga no Supremo, enfrentando resistência do presidente da Casa,
Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que prefere Rodrigo Pacheco. O impasse
adiciona mais uma camada de atrito institucional para um governo que tenta
recompor pontes em meio a sucessivos enfrentamentos no Congresso.
Com informações da CNN

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