A vitória expressiva do PL Antifacção na Câmara —
aprovado por 370 votos a 110 — aprofundou a crise entre o governo Lula e o
presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB). O episódio consolidou não apenas
a derrota do Planalto, mas também a percepção de desconfiança sobre a condução
política do deputado paraibano.
Logo após a votação, o líder do PT na Câmara,
Lindbergh Farias (RJ), admitiu publicamente que se instalou uma “crise de
confiança” entre o Executivo e o comando da Câmara. Governistas afirmam que a
escolha de Guilherme Derrite (PP-SP), secretário de Segurança de Tarcísio de
Freitas, para relatar o projeto, foi interpretada como gesto hostil —
classificado por aliados como “provocação” e até “traição”.
Em reação às críticas, Hugo Motta acusou o governo
de ter adotado uma estratégia equivocada durante a tramitação. Nas redes
sociais, afirmou que o Planalto “optou pelo caminho errado ao não compor essa
corrente de união para combater a criminalidade”.
Apesar de estar há poucos meses no comando da
Câmara, Hugo acumula atritos com o governo em outros episódios recentes. Um
deles ocorreu em julho, quando colocou em votação, em plenário esvaziado, o
projeto que derrubou o decreto de aumento do IOF. A posterior recusa em
garantir apoio às medidas fiscais alternativas enviadas pelo governo irritou a
equipe econômica e resultou na caducidade da MP.
Somam-se a isso movimentos que elevaram ainda mais o
desgaste, como a tentativa de acelerar a anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro
e o avanço da cassação da deputada Carla Zambelli (PL-SP). Para governistas, o
conjunto desses episódios reforça a percepção de que o presidente da Câmara
atua de forma imprevisível e, em momentos-chave, desalinhada com o Planalto.
Com informações da CNN

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