A esporotricose, infecção
causada por um fungo presente no solo, tem avançado de forma silenciosa
e preocupante no Rio Grande do Norte. Segundo um levantamento da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), já são quase 4 mil casos
acumulados desde 2016, somando ocorrências em pessoas e animais.
Veja na matéria de Anderson Lopez:
De acordo com a Subcoordenadoria de Vigilância
Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), os números
frequentemente divulgados como sendo apenas de 2025, na verdade, representam o
total de registros ao longo dos últimos nove anos.
“Os casos que estão sendo divulgados
como sendo de 4 mil casos em 2025, eles não são de 2025. São acumulados de
casos desde 2016. Então, no período de 2016 até outubro de 2025, é que nós
acumulamos quase 4 mil casos, dentre mais de 3 mil casos em animais e quase 900
casos em humanos”, explicou Cíntia Higashi, da Sesap.
Natal concentra a maior parte das ocorrências,
especialmente nas zonas Norte e Oeste da cidade. O perfil mais atingido
é o de mulheres entre 35 e 65 anos, muitas delas cuidadoras e tutoras de gatos
infectados. O contágio costuma acontecer por meio de pequenos
ferimentos na pele, principalmente em pessoas que têm contato direto com
animais contaminados.
Em uma clínica veterinária de Parnamirim, na Região
Metropolitana, mais de 20 gatos foram diagnosticados com a doença entre janeiro
e outubro deste ano. A médica veterinária Fabiana Fernandes alerta para os
sinais clínicos nos felinos e reforça a importância da prevenção.
“O grande vilão dessa história, que não
é vilão nenhum, coitado, é o gato. Os principais sinais são lesões cutâneas,
especialmente no nariz, face e patas. A esporotricose tem cura, mas o cuidado
precisa começar em casa”, afirmou.
A veterinária também reforça que a
automedicação deve ser evitada. “A medicação aleatória
pode favorecer a resistência ao tratamento. É preciso tratar de maneira
consciente e com acompanhamento profissional”, orientou.
A doença, que pode ser transmitida entre animais e
humanos, requer atenção redobrada e medidas de controle eficazes para evitar
novos casos. A orientação dos especialistas é procurar atendimento médico ou
veterinário ao primeiro sinal de lesões suspeitas.

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