segunda-feira, 27 de outubro de 2025

Casos de coqueluche aumentam mais de 150% no RN em um ano

 


O número de casos de coqueluche registrados no Rio Grande do Norte mais que dobrou em 2025, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap). De janeiro até dia 15 de outubro deste ano, foram 72 notificações da doença, com 21 confirmações, 14 casos em investigação e 29 descartados. No mesmo período de 2024, o estado registrou 25 notificações, sendo 12 confirmadas. 

O aumento chama a atenção das autoridades de saúde, especialmente por se tratar de uma doença respiratória altamente contagiosa e prevenível por vacina, que atinge com maior gravidade bebês e crianças pequenas.

O cenário no Rio Grande do Norte reflete uma tendência observada em todo o Brasil. De acordo com o Observatório de Saúde na Infância, os casos de coqueluche em crianças menores de cinco anos aumentaram mais de 1200% no país. Em 2024, foram registados 2.152 casos, mais do que a soma dos cinco anos anteriores. Dessas crianças, 665 precisaram ser internadas e 14 morreram por decorrência da doença — número que já supera o total de mortes entre 2019 e 2023. 

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) aponta que mais da metade dos casos confirmados no último ano ocorreram em crianças com menos de 1 ano de idade, faixa etária que também representa 80% das internações. Especialistas associaram o aumento à retomada dos ciclos naturais da doença no pós-pandemia, à desorganização dos serviços locais de saúde e à desigualdade na cobertura vacinal entre os municípios. 

De acordo com o Ministério da Saúde, mais de 90% dos bebês e 86% das gestantes receberam os imunizantes que protegem contra a coqueluche no último ano — um avanço em relação aos períodos anteriores, mas ainda abaixo da meta ideal de 95% de cobertura vacinal. 

Além do Brasil, outros países das Américas também enfrentam aumento de casos. Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), nove países da região notificaram mais de 18 mil casos e 128 mortes por coqueluche nos primeiros sete meses de 2025. 

A coqueluche é causada pela bactéria Bordetella pertussis e provoca tosse persistente, febre e dificuldade para respirar. A prevenção é feita por meio da vacina pentavalente, aplicada aos 2, 4 e 6 meses de idade, e da vacina DTPa para gestantes em todas as gestações. 

Com o aumento dos casos, especialistas reforçam que a melhor forma de proteger os bebês é garantir a vacinação em dia — tanto das crianças quanto das mães.

 

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