segunda-feira, 27 de outubro de 2025

Sócio de ministro da Secom recebeu R$ 12 milhões de estatais para prestar serviços sob governo Lula

 


Uma produtora ligada a um sócio do ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Sidônio Palmeira, recebeu R$ 12 milhões em contratos com o governo federal nos últimos dois anos. Os pagamentos vieram da Caixa Econômica Federal e da Embratur, estatais do governo Lula.

Quem é quem no caso

A produtora Macaco Gordo, do empresário Francisco “Chico” Kertész, é parceira de Sidônio em outra empresa: a Nordx (antiga M4 Comunicação), criada em 2022 para trabalhar na campanha eleitoral de Lula e que hoje presta serviços ao PT nacional.

Sidônio é sócio da Nordx, mas, por ser ministro, não atua mais na gestão da empresa.

Chico Kertész, além de produtor, também é dono de uma rádio em Salvador e frequenta eventos políticos. Segundo registros oficiais, ele visitou o Palácio do Planalto 13 vezes em 2025 para se encontrar com Sidônio. O empresário afirma que todos os encontros tiveram “motivos pessoais”.

Como foram feitos os contratos

As contratações da Macaco Gordo foram indiretas, feitas por meio de agências de publicidade que prestam serviço às estatais — como Binder, Calia e Propeg.

Essas agências são contratadas via licitação, mas as produtoras que executam os vídeos são escolhidas por cotação de preços, sem necessidade de um novo processo licitatório.

Entre 2024 e 2025, a Macaco Gordo produziu oito campanhas publicitárias: seis para a Caixa e duas para a Embratur. Entre elas, estavam ações como Quina de São João, Mega da Virada, Poupançudos, Minha Casa Minha Vida e uma campanha sobre afroturismo filmada em Salvador.

Valores e pagamentos

De acordo com dados obtidos pelo Estadão, a Macaco Gordo recebeu R$ 3,6 milhões da Caixa em 2024 e R$ 4,3 milhões em 2025 — cerca de 20% de tudo o que o banco gastou com produtoras no período.
A Embratur também contratou a produtora em duas campanhas no valor de R$ 1,9 milhão cada.

As agências e estatais afirmam que a produtora foi escolhida pelo menor preço e que todo o processo seguiu as normas legais.

Dispensa de cotação e suspeitas anteriores

Um dos maiores contratos da Macaco Gordo — uma campanha sobre renegociação de dívidas da Caixa, no valor de R$ 2,3 milhões — teve dispensa de pesquisa de preços após um aditamento contratual.
A agência Calia, responsável pela ação, alegou que se tratava apenas de um complemento de serviço já aprovado.

No passado, o Tribunal de Contas da Bahia já havia apontado falta de transparência em contratos da produtora com a agência Leiaute, de Sidônio, durante o governo estadual do PT. O caso foi encerrado após um acordo com o Ministério Público da Bahia para reforçar controles internos.

O que dizem os envolvidos

O ministro Sidônio Palmeira afirmou que “jamais indicou” a Macaco Gordo ou qualquer fornecedor e que está afastado da administração das empresas das quais é sócio.

A Secom também declarou que não interfere nas escolhas das agências de publicidade contratadas pelo governo.

Já Chico Kertész disse que sua produtora foi contratada por “qualificação técnica e menor preço”, sem qualquer envolvimento da Secom.

A Caixa e a Embratur confirmaram que as contratações seguiram os critérios legais e de custo mais baixo. As agências Binder e Calia reforçaram a mesma justificativa. A Propeg não respondeu.

Com informações de Estadão Conteúdo

 

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