O União Brasil estabeleceu um prazo de 24 horas para
que filiados nomeados para cargos no governo Lula (PT) deixem os postos, “sob
pena de prática de ato de infidelidade partidária”.
O prazo foi estabelecido nesta quinta-feira (18),
por meio de resolução assinada pelo presidente nacional do partido, Antônio
Rueda. Atualmente, no primeiro escalão do governo Lula, o União Brasil conta
com o filiado Celso Sabino ocupando a chefia do Ministério do Turismo.
O União Brasil anunciou o prazo à imprensa na mesma
nota em que a direção do partido manifesta “irrestrita solidariedade” a Rueda,
após o nome do dirigente passar a constar nas investigações da Polícia Federal
(PF) que apuram uma infiltração da organização criminosa Primeiro Comando
Capital (PCC) nos setores financeiros e de combustíveis no Brasil.
“Causa profunda estranheza que essas inverdades
venham a público justamente poucos dias após a determinação oficial de
afastamento de filiados do União Brasil de cargos ocupados no governo Lula –
movimento legítimo, democrático e amplamente debatido nas instâncias
superiores”, diz a nota do União Brasil.
“Tal ‘coincidência’ reforça a percepção de uso
político da estrutura estatal visando desgastar a imagem da nossa principal
liderança e, por consequência, enfraquecer a independência de um partido que
adotou posição contrária ao atual governo”, acrescenta o comunicado.
A PF apura se Rueda seria o dono oculto de jatos
executivos usados para transportar integrantes do crime organizado, após
depoimento de um dos pilotos destas aeronaves. A corporação, porém, ressalta
que o dirigente partidário ainda não é formalmente investigado.
Mais cedo, Rueda já havia classificado a situação
como uma campanha difamatória.
“O que há, sim, é um pano de fundo político nestas
leviandades, que estão sendo orquestradas, usando-se uma operação policial
séria, para atacar adversários”, declarou.
Saída do governo
Em 2 de setembro, União Brasil e PP deram 30 dias
para que ministros filiados às duas siglas deixassem o governo Lula, em medida
que também afeta o ministro André Fufuca, que chefia a pasta do Esporte e é
filiado ao Progressistas.
Com a nova resolução, o União, na prática, antecipa
a previsão de desembarque de filiados no governo federal.
Desde meados de agosto, União e PP formam uma
federação partidária que, ao todo, tem 108 deputados federais e 14 senadores, o
que faz do grupo a maior bancada da Câmara dos Deputados e a segunda maior do
Senado Federal.
A condução da federação é compartilhada por Rueda e
pelo presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI).
Ainda que conte com uma ala mais próxima ao governo
federal, o União Brasil abriga o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, que é
pré-candidato à Presidência em 2026 e declarado opositor a Lula.
CNN
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