O União Brasil aprovou nesta quinta-feira (18), por
unanimidade, uma resolução que dá 24 horas para que filiados ao partido deixem
cargos no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Atualmente, a sigla
tem três ministros na gestão petista — Celso Sabino (Turismo), Waldez Góes
(Integração e Desenvolvimento Regional) e Frederico de Siqueira (Comunicações).
Góes, oficialmente, é do PDT. Contudo, a indicação
dele foi feita a Lula pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União
Brasil-AP), uma das principais lideranças do partido. Siqueira, embora não seja
filiado ao União, também foi apresentado ao petista por Alcolumbre.
A determinação prevê punições em caso de
descumprimento, sob a justificativa de infidelidade partidária. O
posicionamento reforça decisão do início do mês, quando a federação formada por
União e PP deixaram a base de Lula.
Nesse primeiro momento, houve pedido de saída para
Sabino e o ministro do Esporte, André Fufuca, do PP. Os titulares, contudo,
permaneceram no governo.
A primeira decisão valia para ministros eleitos para
o Congresso nas eleições de 2022 e que se licenciaram das funções parlamentares
para integrar a Esplanada dos Ministérios, caso de Sabino e de Fufuca.
“Determinar a todos os filiados do União Brasil que
requeiram a sua imediata exoneração dos cargos públicos de livre nomeação e
exoneração e/ou funções de confiança eventualmente ocupados no âmbito da
Administração Pública Federal Direta (ministérios) ou Indireta (autarquias,
fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista). A
exoneração exigida deverá ser efetivada em até 24 (vinte e quatro) horas, a
contar da data de aprovação”, diz a resolução do partido.
A determinação foi aprovada um dia depois de
a Polícia Federal abrir investigação para apurar se o presidente
nacional do União Brasil, Antonio Rueda, tem ligação com membros do PCC
(Primeiro Comando da Capital).
Os integrantes da facção supostamente aliados de
Rueda foram alvos de uma operação que revelou esquema bilionário de fraudes e
desvios no setor de combustíveis. Em nota, o União Brasil disse que “não
existem quaisquer relações de Rueda com os fatos”.
A apuração teria começado após a denúncia de um
funcionário de uma empresa de táxi aéreo. Ele teria relatado que aeronaves
registradas nos nomes de terceiros na verdade pertencem a Rueda e teriam sido
usadas por integrantes do PCC.
Duas pessoas que teriam usado as aeronaves ligadas a
Rueda são Roberto Augusto Leme da Silva, conhecido como “Beto Loco”, e Mohamad
Hussein Mourad, do antigo grupo Aster/Copape.
R7
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