O RN registrou, em 2023,
4.439 acidentes com escorpiões — taxa de 128,81 casos para cada 100 mil
habitantes — e seis mortes confirmadas. O número coloca o estado na quinta
posição do país em óbitos, representando 4,58% do total nacional.
A taxa de letalidade
potiguar foi de 0,14%, a segunda mais alta do Brasil, atrás apenas de Minas
Gerais (0,17%) e acima da média nacional (0,06%). Os dados são do último
Boletim Epidemiológico sobre Animais Peçonhentos do Ministério da Saúde,
divulgado em abril deste ano.
Entre os estados do
Nordeste, o RN ocupa a terceira posição em mortalidade, atrás apenas da Bahia
(28 mortes) e de Alagoas, que, apesar de um único óbito, tem a maior taxa
proporcional de casos. No país, foram 202.714 acidentes escorpiônicos em 2023,
sendo 75.623 no Nordeste. A região foi responsável por 31,3% das mortes,
ficando atrás apenas do Sudeste (55,7%). Minas Gerais liderou o ranking
nacional de óbitos, com 67 casos, seguido por Bahia (28) e Goiás (8).
O boletim aponta que
65,95% dos acidentes no Brasil ocorreram em áreas urbanas, mas no RN a
incidência também é alta em zonas rurais, associada à maior dificuldade de
acesso rápido a atendimento. Mais de 80% das vítimas no país chegam a unidades
de saúde nas três primeiras horas, mas a letalidade aumenta quando o tempo até
o atendimento ultrapassa 12 horas.
No RN, o escorpião mais
comum é o Tityus stigmurus, adaptado ao ambiente urbano e com reprodução
partenogenética, que facilita a proliferação. A maioria das picadas ocorre nas
mãos e nos pés, dentro das residências, principalmente durante atividades
domésticas.
De acordo com a Aspirante Marcelly Maria Antas Teixeira, do Corpo de Bombeiros
Militar do RN, os escorpiões estão entre os animais peçonhentos que mais causam
acidentes no Brasil. Ela reforça que, no caso dos escorpiões, o risco pode ser
reduzido com medidas simples, como examinar calçados e roupas antes de usá-los,
manter camas afastadas das paredes e evitar que lençóis encostem no chão.
A militar orienta ainda o
uso de calçados de cano alto em atividades rurais e luvas grossas ao manipular
folhas secas, lixo, lenha e entulho. “Evite colocar as mãos em buracos sob
pedras ou troncos. E, ao encontrar um animal peçonhento, não tente matá-lo:
afaste-se e ligue para o 193”, alerta.
Se houver acidente, a
recomendação é buscar atendimento médico imediato e informar as características
do animal. Em casos nas extremidades do corpo, como mãos e pés, acessórios
apertados devem ser retirados para evitar agravamento do quadro.
Segundo a Aspirante, os acidentes são mais comuns no verão, quando há mais
calor, umidade e reprodução desses animais. Por isso, manter a limpeza de
quintais, evitar acúmulo de lixo e entulho e adotar equipamentos de proteção,
especialmente no meio rural, são medidas essenciais.
A Secretaria de Estado da
Saúde Pública (Sesap) afirma que o RN conta com portas de urgência e emergência
estruturadas em todas as regiões, além do Centro de Informação e Assistência
Toxicológica, que funciona 24 horas por dia . A pasta disse ainda que “mantém
um trabalho junto aos municípios, através do Programa Estadual de Vigilância e
Controle dos Acidentes por Animais Peçonhentos, para qualificação do
atendimento”.
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