O setor da Agropecuária foi o que mais registrou
saldo de empregos em junho no Rio Grande do Norte, segundo dados do Novo
Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Ao todo, foram criados
1.076 empregos no setor, de um total de 1.763 vagas no RN. Foram 20.245
admissões e 18.482 demissões em todo o estado. No acumulado do ano (janeiro a
junho de 2025), o RN contabiliza um saldo positivo de 6.974 novos postos de
trabalho com carteira assinada. Apesar de positivo, o número é 47,4% menor em
relação ao acumulado do mesmo período do ano passado, quando o estado criou
13.272 empregos formais no semestre.
Ainda de acordo com os dados do Caged, também houve
queda acentuada no número de postos de trabalho criados no mês de junho de 2025
(1.763) em relação a junho de 2024 (4.568), uma redução de 61,4% no
comparativo. Também houve queda na comparação com o mês anterior (maio 2025),
quando o RN criou 2.220 novas vagas. Nesse caso a retração foi de 20,5%.
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do
RN (Faern) atribuiu o desempenho positivo do Agro em junho ao período de safra
de algumas culturas. “Esse é o movimento normal de todo ano. É nesse período em
que vai se iniciar a safra, tanto da cana quanto da fruticultura; a oferta de
empregos é maior, então as contratações aumentam nesse período. A Federação da
Agricultura fica muito feliz que estamos iniciando a safra, tanto da cana
quanto da fruticultura e é nesse sentido que há esse aumento da oferta de
emprego que, por sinal, está faltando mão de obra na área rural. Se tivéssemos
disponibilidade de mão de obra, os números seriam muito maiores”, afirma José
Vieira, presidente da Faern.
Além do setor de agropecuária, os setores de
Serviços (380), Comércio (339), Indústria (287) registraram saldos positivos em
junho deste ano. Já o setor de Construção registrou saldo negativo de 329
empregos.
Na avaliação de José Lucena, presidente da Câmara de
Dirigentes Lojistas de Natal (CDL Natal), os números mostram que apesar do
saldo positivo, há uma “desaceleração no ritmo de geração de vagas, que foi
menor que o registrado em maio”.
“Apesar do resultado positivo, ainda estamos aquém
do potencial de geração de empregos que o nosso estado pode alcançar. É
fundamental avançarmos em políticas que estimulem o consumo, desonerem a folha
e incentivem o pequeno empreendedor. O comércio potiguar tem força, mas precisa
de um ambiente mais favorável para crescer e contratar”, disse.
Ainda de acordo com José Lucena, a expectativa é de
que o segundo semestre registre mais contratações em virtude das festas nos
próximos meses. “O segundo semestre traz datas importantes como o Dia das
Crianças, a Black Friday e o Natal e isso nos anima. A expectativa do setor é
que essas datas ajudem a gerar novas oportunidades de emprego, pois é quando
temos as tradicionais contratações temporárias, que muitas vezes são efetivadas
ao fim da experiência de três meses”, disse.
Brasil
O Brasil criou 166.621 empregos com carteira assinada em junho, segundo dados
do Novo Caged divulgados nesta segunda-feira (4) pelo ministro do Trabalho e
Emprego, Luiz Marinho. No mês, foram registradas 2.139.182 contratações e
1.972.561 demissões.
Em junho deste ano, todos os cinco principais
setores da economia tiveram resultado positivo. O destaque foi para os
Serviços, com 77.057 novas vagas (+0,33%), especialmente nas áreas de
informação, comunicação, finanças, imobiliário, atividades profissionais e
administrativas, que somaram 41.477 vagas no mês.
O Comércio criou 32.938 empregos (+0,31%), a
Agropecuária 25.833 (+1,38%), a Indústria 20.105 (+0,22%) e a Construção 10.665
(+0,35%).
No mês, 26 dos 27 estados brasileiros registraram
aumento no número de empregos formais.
Nos últimos 12 meses, de julho de 2024 a junho de
2025, o Brasil criou 1.590.911 empregos com carteira assinada. O número é um
pouco menor que o registrado no período anterior (julho de 2023 a junho de
2024), quando foram gerados 1.735.145 postos.
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