Mais de 800 ataques de escorpião foram
registrados Natal entre
os meses de janeiro e junho deste ano, segundo a Secretaria Municipal
de Saúde (SMS). Ao todo, 853 pessoas procuraram atendimento médico na rede de
saúde da capital após serem picadas.
Os dados foram divulgados como alerta para os meses
de agosto e setembro, período em que o número de incidentes aumenta
tradicionalmente, em função de condições climáticas propícias e também pelo
período de reprodução dos aracnídeos.
Por conta disso, há um pedido da SMS para que a
população reforce os cuidados e medidas de prevenção para evitar acidentes com
esses animais peçonhentos (veja dicas mais abaixo).
Em abril, a SMS havia informado que houve um caso de
acidente grave com uma criança de 7 anos no Distrito Sanitário Norte I. Por
conta disso, o Núcleo de Vigilância de Animais Peçonhentos realizou vistorias
em residências, capturou e identificou escorpiões.
Em caso de picada, procurar atendimento
A primeira recomendação após a picada é
lavar a área atingida com água e sabão. Em seguida, recomendação é procurar
o atendimento médico e tentar registrar por foto ou vídeo - ou capturar - o
animal para auxiliar na abordagem do tratamento.
A SMS recomenda utilizar compressa morna e procurar
uma das quatro UPAs do município (Potengi, Pajuçara, Cidade Satélite e
Esperança). A preocupação maior é com crianças e idosos, que podem evoluir para
casos mais graves.
A picada causa dores intensas na região e outros
sintomas.
"Uma dor intensa local, porém essa
dor ela pode agravar. Então você pode vir a ter sudorese, náusea, vômito. Então
aí são sinais de alarme que esse caso está ficando grave. E daí ele pode vir a
ter uma parada respiratória, então a parada respiratória vai ter uma parada
cardíaca e esse paciente pode vir a óbito. E daí a importância de realmente
procurar o atendimento", explicou Úrsula Torres, gerente técnica da
Unidade de Vigilância de Zoonoses de Natal, à Inter TV Cabugi.
📈 Em 2024, segundo a pasta, Natal registrou
2.580 notificações de acidentes por animais peçonhentos (como abelhas, aranhas,
serpentes, entre outros), sendo 2.135 dessas causadas por escorpiões, o que
corresponde a 82,8% dos registros.
Tipo mais comum é o escorpião amarelo
Em Natal, a espécie mais comum encontrada é o escorpião-amarelo-do-nordeste (Tityus
stigmurus), segundo a SMS. Essa espécie pode se reproduzir por
partenogênese (reprodução assexuada na qual o embrião se desenvolve sem a
participação do macho).
A gestação geralmente dura três meses, e os
escorpiões podem se reproduzir de 2 a 3 vezes ao ano, dependendo da
disponibilidade de alimento, variação climática, abrigo e predadores.
Os escorpiões são animais de hábitos noturnos e
muito sensíveis às mudanças climáticas e a vibrações no ambiente, o que faz com
que eles saiam dos seus esconderijos e acabem entrando nos imóveis a fim de
abrigo e alimento, explicou a SMS.
Como prevenir
Segundo a SMS, algumas medidas preventivas podem
evitar acidentes com esses animais, como:
- afastar
camas, berços e móveis das paredes;
- vedar
ralos dos banheiros e cozinha (quando não usados);
- aplicar
água sanitária nos ralos à noite;
- vedar
frestas nas paredes, piso, portas e janelas;
- verificar
tomadas, buracos, brinquedos, calçados e qualquer objeto ou situação que
possa servir de alojamento para escorpiões.
⚠️ Não é recomendado o uso de veneno para o controle
dos escorpiões, pois desalojam os animais dos seus esconderijos, podendo
aumentar os riscos de acidentes.
A Unidade de Vigilância de Zoonoses também pode ser
acionada, caso encontre algum escorpião em casa, pelo
telefone ou pelo aplicativo Natal Digital. A equipe identifica e
coleta o animal.
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