O Departamento de Estado dos Estados Unidos usou as
redes sociais para responder ao ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal
Federal (STF), após decisão do magistrado na qual destaca que nenhuma empresa
ou órgão com atuação no Brasil poderá aplicar restrições ou bloqueios baseados
em determinação unilateral de outros países.
Em publicação no X na tarde desta segunda-feira
(18), o Escritório de Assuntos do Ocidente (Bureau of Western Hemisphere
Affairs) afirmou que nenhum tribunal estrangeiro pode anular sanções impostas
pelos EUA ou proteger alguém das severas consequências de descumpri-las. O
comunicado ainda faz um ataque direito ao ministro Alexandre de Moraes.
Confira o post traduzido:
“Alexandre de Moraes é tóxico para todas
as empresas e indivíduos legítimos que buscam acesso aos EUA e a seus mercados.
Nenhum tribunal estrangeiro pode invalidar as sanções dos Estados Unidos — ou
poupar alguém das graves consequências de violá-las.
Cidadãos norte-americanos estão
proibidos de fazer transações com ele e cidadãos não americanos devem agir com
cautela: aqueles que fornecem apoio material a violadores de direitos humanos
também enfrentam o risco de sanções.”
Decisão de Dino
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio
Dino decidiu, nesta segunda-feira (18/8), que nenhuma empresa ou órgão com
atuação no Brasil poderá aplicar restrições ou bloqueios baseados em
determinações unilaterais de outros países, reforçando que apenas o Judiciário
brasileiro tem competência para validar medidas desse tipo.
A decisão ocorre em meio ao movimento de municípios
brasileiros que recorreram a tribunais estrangeiros em busca de indenizações
maiores contra a mineradora Samarco, após o rompimento da barragem de Mariana
(MG).
“Desse modo, ficam vedadas imposições, restrições de
direitos ou instrumentos de coerção executados por pessoas jurídicas
constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no
País, bem como aquelas que tenham filial ou qualquer atividade profissional,
comercial ou de intermediação no mercado brasileiro, decorrentes de
determinações constantes em atos unilaterais estrangeiros”, escreveu Dino.
Em tese, a decisão de Dino reforça a soberania da
jurisdição brasileira, impedindo que medidas estrangeiras – como as sanções dos
Estados Unidos contra Alexandre de Moraes, baseadas na Lei Magnitsky – tenham
efeito automático no Brasil. No entanto, essas restrições seguem válidas no
exterior.
Moraes foi alvo da legislação norte-americana que
tem como objetivo punir autoridades estrangeiras acusadas de violar direitos
humanos. O governo de Donald Trump citou o processo em curso no STF contra o
ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que se tornou réu por suposta tentativa de
golpe de Estado após a eleição de 2022. Na ocasião, o líder dos EUA acusou a
Justiça brasileira de promover uma “caça às bruxas” contra Bolsonaro.
Metrópoles
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