Uma agenda do presidente Lula (PT) e da
primeira-dama Janja da Silva no centro de São Paulo, no fim do mês passado, foi
viabilizada após reuniões do governo com a Associação da Comunidade do Moinho.
Documentos obtidos pela coluna mostram que a sede da
entidade foi usada para guardar drogas para o PCC. A presidente da ONG é irmã
do antigo “dono” do tráfico na favela, o traficante Leonardo Monteiro Moja, o
“Léo do Moinho”.
Segundo o Ministério Público de São Paulo, a favela
é controlada pelo grupo criminoso e o acesso costuma ser restrito a não
moradores.
O ministro Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da
Presidência) esteve na entidade dois dias antes da visita do presidente e da
primeira-dama Janja da Silva, para negociar a agenda oficial de Lula na favela.
Lula e Janja visitaram a comunidade e posaram para
fotos com representantes da Associação.
O presidente anunciou um acordo de realocação das
cerca de 900 famílias que vivem na área. O terreno, pertencente à União, deve
ser transformado em um parque.
Procurado, o ministro afirmou que sua reunião com a
associação teve como única pauta a apresentação da solução habitacional para as
famílias da favela do Moinho. E que “o diálogo com lideranças comunitárias é
parte fundamental da atuação de qualquer governo comprometido com políticas de
inclusão social, habitação e valorização da cidadania”.
A Secretaria-Geral da Presidência da República é a
pasta responsável pela relação do governo com os movimentos sociais. Macêdo
balança no cargo desde o início do ano, quando Lula ensaiou uma reforma
ministerial que poderia incluir a substituição dele pelo deputado federal
Guilherme Boulos (PSOL-SP).
O presidente tem dado mostras de insatisfação com
Macêdo por conta da falta de público nos eventos com movimentos sociais. Os
dois, contudo, são amigos — Macêdo é o único ministro que já esteve com Lula
nas férias dele, na Base Naval da Restinga da Marambaia, no Rio.
Andreza Matais - Metrópoles
Nenhum comentário:
Postar um comentário