A notícia é do Portal 96:
Enquanto o Governo Federal, na gestão Lula, tenta
desencorajar as vítimas dos desvios irregulares no INSS a entrar na Justiça
para reaver o dinheiro, prometendo que o ressarcimento ocorrerá de maneira
imediata, no mundo real as entidades ligadas ao esquema usam verdadeiras
"falcatruas" para "provar" a contratação dos serviços.
Idosos aposentados no Rio Grande do Norte estão entre os alvos desse novo golpe.
Exemplo disso aconteceu com uma idosa que, para
preservar o nome dela, vamos chamar de Josefa. Ela recebeu um e-mail do INSS
afirmando que o dinheiro descontado irregularmente não seria devolvido porque a
entidade a qual ela estava vinculada, a Associação de Aposentados Mutualista
para Benefícios Coletivos (AMBEC), tinha comprovado que ela "contratou os
serviços" e "concordou com os descontos". O INSS ainda mandou,
em anexo, os documentos que comprovariam tal contratação - veja na imagem
abaixo:
O filho de Josefa, revoltado, chegou a confrontar a
mãe antes mesmo de abrir os anexos. Contudo, quando abriu as imagens, ficou
claro o golpe. Primeiro, a imagem que tratava da contratação não tinha qualquer
assinatura física ou digital ou imagem. O "aceito" havia sido dado
por meio de ligação, gravada, também enviada por anexo.
E aí, quando se ouve o áudio da suposta gravação, o
novo golpe fica mais claro: o operador de telemarketing fala o nome de outra
pessoa, totalmente diferente do nome de Josefa. Em seguida, cita o CPF dela e
afirma: para confirmar a contratação, diga seu nome completo. Aí vem a maior
falcatrua: a voz que responde e que cita o nome de Josefa (em confronto ao
citado pelo operador), é claramente diferente da voz da aposentada, e parece
até ser de Inteligência Artificial.
USO DE ROBÔS
Pelo que ficou claro no caso de Josefa (há outros
relatos semelhantes na internet), além dos call centers responsáveis por
ligações em massa, as entidades recorreram a uma ferramenta mais sofisticada
para obter os chamados “descontos associativos” aplicados a aposentados do
INSS: os robôs.
A estratégia combinou dois recursos distintos: a
Unidade de Resposta Audível Digital, conhecida como URA, e os robocalls, que
usavam comando de voz com resposta automática.
A partir de agora, os aposentados e pensionistas
podem responder no “Meu INSS” se concordam com a resposta em, no máximo, 30
dias após o recebimento. Nessa situação, o aposentado ou pensionista pode se
manifestar pelo aplicativo Meu INSS ou pessoalmente, em uma agência dos
Correios.
"NÃO PRECISA JUDICIALIZAR", DIZ GOVERNO
Em reportagens divulgadas por vários veículos de
imprensa, a ação apresentada pela Advocacia-Geral da União (AGU) ao Supremo
Tribunal Federal (STF) tem o objetivo de evitar a judicialização. O temor da
AGU seria tornar o prejuízo ainda maior para os cofres públicos.
"A questão é simples: não precisa judicializar,
pois o INSS vai pagar. A questão é que temos de pagar e nos assegurar que
juridicamente teremos condições de ter a ação regressiva contra as entidades
fraudulentas", afirmou o ministro Jorge Messias à CNN.
Se o STF atender ao pedido, o governo poderá abrir
um crédito extraordinário para poder fazer o reembolso. Os valores não
entrariam no teto de gastos da União para os anos de 2025 e 2026.
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