A procura por milho verde em Natal tem sido
considerada abaixo do esperado neste mês de junho, segundo relatos de
comerciantes nos principais pontos de venda da capital. Apesar das datas
tradicionais do período junino, o movimento permaneceu fraco nas primeiras
semanas do mês, mas com expectativa de melhora neste Dia de São João (24) e na véspera
de São Pedro, que é celebrado no próximo domingo (29).
Os comerciantes dos tradicionais pontos de venda de
milho verde em Natal estão considerando a procura abaixo da média desde o
início do mês de junho. No Mercado da Agricultura Familiar, o comerciante
permissionário Marciano considera que o fluxo de clientes está baixo esse ano.
“Esse ano tá meio tímido ainda, talvez por causa das chuvas. Teve uma reação
hoje, porque hoje é o dia principal de se vender o milho, mas o pessoal não
veio todo mundo ainda. Esperamos que venham até o São Pedro, que temos muito milho
pra vender”, afirma.
No mercado, o consumidor encontra a unidade de milho
a R$ 1 real, e a mão de milho (o equivalente a 50 espigas) pelo preço de R$ 50.
Marciano oferece ainda a opção de milho descascado por R$ 1,20 – a mão fica por
R$ 60; e R$ 7 uma bandeja.
A administradora Ana Cláudia comprou 20 milhos para
consumo da família e mais 2 descascados para fazer canjica. Ela conta que,
apesar da baixa procura, não achou que o preço do cereal estava caro. “Eu
gostei do preço, achei bom. Só deixei para vir comprar hoje, porque minha filha
me lembrou que era São João e me pediu para cozinhar”, explica.
Já a dona de casa Maria Lúcia diz que deixou a
compra do milho para a véspera de São João por falta de tempo, mas concorda que
o preço está bom esse ano. Ela comprou 25 espigas para fazer canjica e também
para cozinhar. “Tá bom [o preço], porque na Ceasa a gente compra cinco espigas
por R$ 7; aqui, comprei 25 por R$ 20”, relata.
Na Feira do Milho, localizada na avenida Senador
Salgado Filho, próximo ao Centro Administrativo, os comerciantes ainda
esperavam mais consumidores nesta segunda-feira (24), véspera de São João. A
comerciante Beatriz Graciano acredita que a colheita foi menor este ano, razão
pela qual espera conseguir vender tudo. “A expectativa que a gente tinha era de
mais vendas, já que deu pouco milho, mas está dando para levar, o pessoal agora
que está comendo”, afirma, acrescentando que as vendas no começo do mês
surpreenderam negativamente. “As primeiras semanas aqui foram bem fracas, a
gente descolava praticamente só o valor de pagar os funcionários, então a
expectativa é de que aumente nesse tempo de véspera de São João, e São Pedro”,
relata.
A aposentada Ana Santos espera reunir a família no
dia de São João, por isso comprou uma mão de milho ao valor de R$ 50. “Eu tento
manter uma tradição de sempre cozinhar e fazer canjica. A família me ajuda a
preparar tudo, gostamos de muita fartura”, comenta.
Na véspera de São João, na Feira do Milho, a unidade do cereal estava sendo
vendida a R$ 1, no entanto a mão varia entre R$ 40 e R$ 50. “A varição de preço
depende da qualidade e do dia que o milho chega. O milho novinho é sempre R$
50, aí passam horas e vai pra R$ 45; quando é no outro dia, passa para R$ 40”,
explica a comerciante Beatriz Graciano.
Preço médio aumenta 5,88%
Uma
pesquisa do Procon Natal apontou aumento no preço médio da espiga de milho
verde neste mês de junho, em comparação com 2024. No ano passado, o valor médio
era de R$ 0,80. Em 2025, o preço subiu para R$ 0,85 no início do mês — uma alta
de 5,88%. O levantamento foi realizado entre os dias 2 e 13 de junho em feiras
tradicionais da capital, como Carrasco, Igapó e Panorama, onde o preço médio se
manteve em R$ 0,80. Ainda assim, na primeira semana da pesquisa, os valores
variaram entre R$ 0,80 e R$ 1,10.
Nos pontos tradicionais de venda do produto neste
período do ano, como o Mercado de Agricultura Familiar, canteiro da Avenida das
Alagoas – ambas na Zona Sul – o preço variou entre R$ 0,90 (na Agricultura
Familiar) e R$ 2,00 (na Avenida das Alagoas) na primeira semana. Apesar do
aumento na oferta do produto na segunda semana, os preços continuaram a subir.
A espiga passou de R$ 0,80 para R$ 0,90 nas feiras livres, comportamento também
registrado nos pontos de venda, onde o valor médio saiu de R$ 1,50 na primeira
semana para R$ 2,00 na segunda.

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