quinta-feira, 19 de junho de 2025

“Apertem os cintos, o piloto sumiu”: Marinho critica férias de Haddad

 


Em meio a crise do governo federal na tentativa de equilibrar as finanças públicas, o líder da oposição, senador Rogério Marinho (PL-RN) criticou a decisão do ministro Fernando Haddad de tirar férias da pasta da Fazenda. “Esse problema é grave o suficiente para termos hoje uma notícia que nos estarrece, quando eu brincava a respeito de que “apertem os cintos, o piloto sumiu”, eu dizia, talvez, para se fazer uma analogia com a situação que o Brasil passava e o fato de que o Governo, olimpicamente, desconhecia os problemas e olhava pelo retrovisor – aliás, um Governo que tem um retrovisor muito maior do que o para-brisa”.

Rogério Marinho alertou, no plenário do Senado Federal, que “estamos há dois anos e meio em um Governo temerário, em uma situação desastrosa, em que as contas públicas se evaporam, se deterioram, e o Governo busca sempre as mesmas soluções: aumento de impostos, aumento de taxas, intervenção dentro do Estado e, principalmente, apresentação de novos programas populistas para tentar resgatar uma conexão há muito tempo perdida entre o Partido dos Trabalhadores e a sociedade brasileira”.

O senador disse que o PT “não fala a mesma língua de quem empreende no Brasil, de quem edifica, de quem constrói, de quem gera emprego, renda e oportunidades. O Partido dos Trabalhadores, na verdade, destrói, de forma deliberada, a nossa economia”.

Segundo Marinho, Haddad, abre aspas, fala: “Calote em Governadores, calote de precatórios, vendeu empresa pública a preço de banana, enquanto rifava o Brasil e tentava dar golpe na democracia. Estamos arrumando sua bagunça, Bolsonaro. Quem está isentando o trabalhador do Imposto de Renda somos nós. Quem cobra imposto de bets e bilionários somos nós”. Este Governo continua a falar uma linguagem que, na verdade, é muito mais midiática do que assertiva. Cobrar bilionários? O Governo propõe taxar pessoas que ganham acima de R$50 mil. Quem ganha acima de R$600 mil por ano é bilionário?”

“Menos”, adianta Marinho, “o ministro fala de cobrar imposto de bets. A oposição foi contra a organização e a formalização dessa ação perniciosa que ataca o tecido social brasileiro. O Governo não só formalizou as bets, como taxou-as em 12%, pretende taxá-las em 18% e tornar permanente esse câncer que corrói boa parte da sociedade brasileira, gerando, inclusive, desagregação familiar e até, em alguns casos, suicídio de pessoas. Então, o Governo está preocupado, novamente, em aumentar a sua arrecadação”.

Para Marinho, o governo fala de calote de precatórios, mas em 2022 o Congresso Nacional votou uma PEC – em 2021 – que permitiu que, em 2022, até R$ 60 bilhões fossem pagos dentro do orçamento, nos parâmetros fiscais. Recursos oriundos de precatórios são títulos do Estado, e não deste ou daquele governo. Ações de 1999, 1998, 1997, 2000, 2001, de repente, ganharam celeridade no Governo do Presidente Bolsonaro”.

“E boa parte dos recursos, ou um terço dos recursos, foi diferido ao longo do tempo, em torno de R$ 30 bilhões em cinco anos, com a possibilidade de se converterem em moeda para pagamento de tributos e também para se “bidar” ações ligadas a questões de comercialização de ativos do Governo”, disse Marinho.

O senador explica que ao contrário do governo anterior, o atual Lula faz é antecipar, “pagando pelo valor de face, para quem comprou com um desconto de 30% ou 40% não apenas os R$ 30 bilhões, mas R$ 93 bilhões. Teve muita gente que ganhou muito dinheiro com isso – e, em algum momento, isso vai precisar ser explicado -, de escritórios de advocacia há quem teve informação privilegiada a respeito desse tema”.

Agora, argumentou Marinho, “o fato é que nós estamos numa situação em que as contas públicas em 2023 nos legaram mais de R$200 bilhões de déficit; agora em 2024, as empresas estatais tiveram o maior prejuízo da sua história – mais de R$ 6 bilhões -, e o Governo, ao invés de se debruçar sobre o tema, continua a olhar pelo retrovisor – Governo incompetente! Nós não podemos mais aceitar o aumento de taxas, de emolumentos e de impostos”.

Rogério Marinho declarou que o Governo precisa cortar na carne, precisa cortar no PAC, precisa fazer reformas estruturantes: “Por que o Governo se esconde de fazer a reforma administrativa? Para não atingir a sua base de apoio. Por que não ataca os supersalários? Porque é conivente com a alta cúpula do Judiciário brasileiro. Por que não faz o dever de casa no sentido de diminuir os subsídios ao longo do tempo? Porque tem o rabo preso, e este Governo precisa explicar à sociedade que ele não está tomando as medidas adequadas, não está fazendo o seu dever de casa. O que está sendo proposto, na verdade, é empurrar com a barriga o problema”.

Aliás, acrescentou Marinho, o Governo esteve no Senado dois meses atrás, por ocasião da apresentação da Lei de Diretrizes Orçamentárias. “É bom lembrar que foi dito, em alto e bom som: “Nós não temos, em 2027, recursos para fazer frente ao piso da saúde e da educação. Nós não temos dinheiro para fazer o aporte de recursos discricionários para a manutenção da máquina pública”. Ou seja, apertem os cintos, o piloto sumiu! Quem quiser que tome conta a partir de 2027. Governo irresponsável, perdulário, temerário, populista, que está instrumentalizando o país para destruir a sua economia!”

Por essa razão, Marinho reforçou que “não podemos aceitar esse estado de coisas”, razão pela qual saudou a Câmara Federal, que votou a urgência para derrubar o decreto do IOF. “Espero que, daqui a duas semanas, isso se concretize e que o Governo se debruce sobre as contas públicas e apresente reformas estruturantes que permitam que todos nós brasileiros possamos ter ainda um suspiro nos próximos um ano e seis meses, que é o tempo que vai levar para que acabe, de uma vez por todas, esse desgoverno que leva o país para o caminho da destruição, da falta de estabilidade, da falta de segurança jurídica e da desestruturação econômica.

 

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