Antes de assinar a intimação do Supremo Tribunal
Federal (STF) na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde está internado desde
o último dia 12, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reclamou à oficial de
Justiça responsável pela entrega do documento que “tudo no Supremo é secreto”.
A servidora, por sua vez, respondeu: “Esse mandado não está em segredo de justiça”.
A cena foi gravada no Hospital DF Star, em Brasília,
onde o ex-presidente se recupera de uma cirurgia. O vídeo mostra Bolsonaro
recebendo a oficial e iniciando uma série de questionamentos sobre o processo
em que é acusado de participar de uma suposta tentativa de golpe de Estado.
A servidora pública, então, explica ao político que
a ordem de intimação foi expedida no dia 11 de abril e, desde então, “estava
parada”, visto que o ex-presidente não pôde ser intimado porque não estava em
Brasília – ele passou mal no dia 12 abril durante uma viagem ao Rio Grande do
Norte e foi operado no dia seguinte, já de volta à capital federal.
Diante da explicação, Bolsonaro interpelou a
representante do STF: “Eu não tenho a nada a ver com isso. Eu não sabia. Tudo
no Supremo é secreto!”. A servidora, então, reiterou a resposta: Esse mandado
aqui não está em sigilo”.
O ex-presidente continuou: “Tudo é segredo ou é
secreto, tanto é que eu não tive acesso, meus advogados não tiveram acesso a
grande parte dos autos, inclusive a minuta do golpe”, afirmou Bolsonaro.
“Mas o ministro tirou o sigilo dos autos”, rebateu a
oficial.
Bolsonaro, que é réu na Corte pela denúncia da
Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre um suposto plano de golpe de
Estado, em 2022, foi intimado para apresentação da defesa em até cinco dias.
Moraes retirou o sigilo da investigação sobre a
suposta tentativa de golpe de Estado no Brasil para evitar a posse de Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) em novembro de 2024, antes de enviar o inquérito a
Procuradoria-Geral da República (PGR).
Em nota, o STF afirmou que a participação do
ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em uma live no dia 22 de abril, demonstrou a
possibilidade de intimação para que ele apresente defesa.
“A citação dos réus (Núcleo 1) informando o início
da ação penal e a intimação para apresentação de defesa foram determinadas em
11 de abril. Todos os réus já haviam sido citados entre os dias 11 e 15 de
abril. Em virtude da internação do ex-Presidente Jair Bolsonaro, foi
determinado que se aguardasse uma data adequada em que pudesse, normalmente,
receber o oficial de Justiça. A divulgação de live realizada pelo ex-Presidente
na data de ontem (22/4) demonstrou a possibilidade de ser citado e intimado
hoje (23/4)”, disse o Supremo em nota.
CNN Brasil

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