O ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes no TSE
(Tribunal Superior Eleitoral) Eduardo Tagliaferro pediu para que o inquérito em
que é alvo no STF (Supremo Tribunal Federal) tramite em sigilo. Segundo ele,
deixar a investigação aberta é um erro “crasso e pueril”, que coloca em risco a
segurança nacional e a segurança de integrantes dos poderes da República,
familiares dos ministros da Corte, entre outros.
Segundo o ex-assessor no pedido ao STF, o veículo de
comunicação Gazeta do Povo noticiou conteúdo da sua vida privada e do seu
advogado, contido em documento da Polícia Federal que entrou nos autos do
processo. Em reportagens na última semana, o jornal divulgou conversas do
ex-assessor com sua mulher em que dizia sentir medo de Moraes, o chamava de
“fdp” e afirmava que gostaria de expor o que presenciou trabalhando para ele.
Tagliaferro afirma que em link inserido pela equipe
de investigação nos autos, há a exposição de dados de 3.608 pessoas. Dentre
essas, estão diplomatas, diretor da OEA (Organização dos Estados Americanos), o
procurador-geral da República, Paulo Gonet, integrantes da presidência da
República, familiares dos ministros da Corte, funcionários da Corte Eleitoral e
os seguranças dos ministros.
Segundo ele, permitir o acesso irrestrito a esses
dados é expor os integrantes do Poder “para os mais vorazes inimigos da
democracia”. Também declara que é preocupante que a Polícia Federal ainda não
tenha realizado qualquer controle de acesso sobre o conteúdo.
“Nossa missão é defesa, mas isso é questão de ordem,
em prol de pessoas dedicadas à causa pública, as quais não podem ser colocadas
em risco, por um ato equivocado da equipe PF”, disse.
EX-ASSESSOR INDICIADO
Tagliaferro foi indiciado pela PF (Polícia
Federal) em 2 de abril deste ano por “violação de sigilo funcional com prejuízo
à administração pública”. A polícia investiga o vazamento de mensagens do
ministro com servidores do TSE e do STF (Supremo Tribunal Federal) a um
jornalista da Folha de S.Paulo. Segundo o relatório da PF, ele
relata à mulher que enviou informações ao jornalista. A apuração baseou-se em
depoimentos e na quebra de sigilo telemático.
Na época, Tagliaferro ocupava cargo
na AEED (Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação) da
Corte Eleitoral. Ele era responsável pela produção de relatórios sobre
políticos, influenciadores e veículos de comunicação que publicavam
desinformação sobre as Instituições Públicas e as eleições.
Poder 360

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