Após a morte do papa Francisco, aos 88 anos, na
manhã desta segunda-feira, 21, casas de aposta já estão a todo vapor para
calcular quem será seu sucessor. Embora a corrida seja acirrada no mundo real –
e o conclave para eleger o próximo pontífice só comece em cerca de duas semanas
– as bets já apontam um claro favorito: Luis Antonio Tagle.
Com odds de 1/1 e chance de 50% de ser escolhido,
Tagle desbancou o favorito anterior, o secretário de Estado do Vaticano, Pietro
Parolin, que antes de Francisco morrer era favorito – mas agora tem odds de 6/4
e chance de 40% de ser eleito.
Tagle é considerado uma estrela em ascensão dentro
da Igreja Católica. Ex-arcebispo de Manila, assim como o falecido papa, ele
enfatiza a justiça social e o cuidado com os pobres, motivo pelo qual foi
apelidado “o Francisco asiático”. Ele vem criticando a postura “severa” da
Igreja em relação a gays, divorciados e mães solteiras e, como sétimo cardeal
das Filipinas, se tornaria o primeiro papa asiático se escolhido.
“A posição de Luis Antonio Tagle como favorito em
odds de dinheiro igual reflete tanto sua posição dentro do Vaticano quanto seu
apelo para uma Igreja global. Sua experiência, carisma e alinhamento com muitos
dos valores de Francisco o tornam um forte candidato aos olhos de muitos
apostadores. Dito isso, este é um dos mercados de apostas mais imprevisíveis, e
surpresas podem acontecer (e acontecem) durante um conclave”, disse Jake
Ashton, especialista em apostas de atualidades do site OLBG.com.
Em segundo lugar, o cardeal Pietro Parolin, grande
amigo de Francisco, tornou-se bem conhecido por todos os cardeais devido ao seu
alto cargo diplomático. Com experiência extensa na Nigéria e no Vaticano, ele
mantém uma postura de meio-termo na maioria das questões políticas enfrentadas
pela Igreja, mas seria visto como uma extensão do legado do falecido papa.
Os cardeais Marc Ouellet, do Canadá, e Fridolin
Ambongo Besungu, da República Democrática do Congo, aparecem empatados em
terceiro lugar, com odds de 5/1 e 16,7% de probabilidade de serem eleitos.
Ambos são figuras mais conservadoras. Ouellet é conhecido por sua ortodoxia em
relação à doutrina católica, como quando, em 2019, diante de várias pressões
para promover o sacerdócio de homens casados no âmbito do Sínodo da Amazônia,
publicou um livro em que defende o celibato sacerdotal, intitulado “Amigos do
Esposo: por uma visão renovada do celibato sacerdotal”.
Ambongo, por sua vez, já se desentendeu publicamente
com Francisco, quando rejeitou um decreto que determinava que a Igreja deveria
dar bênçãos a casais homossexuais, argumentando que isso “não pode ser
implementado na África sem que (os cristãos) se exponham a escândalos”. Ele
efetivamente declarou a doutrina nula e sem efeito no continente africano.
Se Ambongo – o mais jovem entre os favoritos – fosse
eleito papa, sua liderança provavelmente forçaria uma reviravolta em grande
parte do trabalho de Francisco.
Como funciona o conclave?
O Colégio dos Cardeais, composto por clérigos
católicos de alto escalão – muitos deles nomeados pelo próprio Francisco –
elegerá o próximo papa. Para ser elegível, o candidato deve ser um católico
romano batizado do sexo masculino, mas há séculos que os cardeais selecionam
exclusivamente alguém de suas fileiras.
Atualmente, existem mais de 240 cardeais em todo o
mundo. Só aqueles com menos de 80 anos têm voto no conclave. E embora o número
de eleitores costume ser limitado a 120, atualmente há 138 deles, que elegem o
próximo papa por meio de um processo secreto. Tradicionalmente, é necessária
uma maioria de dois terços para eleger o novo papa, e a votação continua até
que essa parcela seja atingida.
O processo costuma ocorrer duas ou três semanas após
a morte do papa em exercício (permitindo um período de luto de nove dias e que
cardeais de todo o mundo se desloquem ao Vaticano). O conclave de 2013, que
elegeu Francisco, o primeiro pontífice da América do Sul, começou doze dias
após a renúncia de seu antecessor, Bento XVI.
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