No colo de Lula: Collor e BR, Lupi e INSS, jetons e
amigos, PT e respiradores
Enquanto Congresso foca em anistia para o 8/1,
corrupção invade manchetes da mídia e a pauta da sociedade
O Congresso está parado, só discute anistia para o
8/1, enquanto a palavra “ corrupção” anda a mil por hora e invade manchetes da
mídia e a pauta da sociedade. Esta semana, que no setor público só tem três
dias, já começou com o plenário do Supremo convalidando a prisão do
ex-presidente Collor, o governo sob pressão para demitir o ministro da
Previdência, Carlos Lupi, e dois escândalos “novos” que, de novos, não têm
nada.
Collor caiu em 1992 e só agora, 33 anos depois, foi
preso, por uma acusação nada a ver com o mandato de presidente, mas com o de
senador, quando foi pego com a mão na botija na BR Distribuidora, subsidiária
da Petrobras, dez longos anos atrás. A Justiça tardou e prendeu Collor aos 75
anos, com Parkinson e deficiência cardíaca, trunfos da defesa.
Lupi também não é estreante, foi demitido do
Ministério do Trabalho por Dilma Rousseff por denúncias, há 14 anos. Agora, ao
dar entrevistas sobre o roubo de pensões e aposentadorias no INSS, ele admitiu
“falcatruas”, que “tem gente safada” e que “sabia do que estava acontecendo”,
mas tentou defender-se alegando que “nos governos, tudo é demorado”. E tascou:
“Tento resolver, mas não sou Deus”.
Tudo verdade. Desde 2023, Lupi e a cúpula do INSS
recebem uma avalanche de alertas de TCU, CGU, MP, imprensa e milhares de
vítimas de débitos não autorizados. Nenhum ministro é Deus, mas lavar as mãos
feito Pilatos? O destino de Lupi depende de um cálculo político do presidente
Lula: perder popularidade, mantendo Lupi, ou apoio parlamentar, despachando-o
para casa e atraindo a ira do PDT.
E temos a manchete do nosso Estadão mostrando que
“Lula turbina salários de 323 aliados em cargos de conselhos”, indicando
ministros, assessores, diretores e apadrinhados do Congresso como conselheiros
de estatais ou empresas privadas que tenham a União como acionista.
Esse “jeitinho brasileiro” de aumentar salários é
mais velho que minha avó, sob o argumento de atrair bons quadros que ganham
muito bem na iniciativa privada e não trocariam uma dúzia por seis. Mas 323?
Com salários até R$ 80 mil? A oposição no Congresso e nas redes faz a festa.
E a PF investiga R$ 48,7 milhões para a compra — sem
licitação, devido à urgência — de respiradores que nunca chegaram a hospitais e
pacientes na pandemia. Três problemas: o Consórcio Nordeste, região mais
petista do País; era presidido pelo então governador da Bahia, Rui Costa, hoje
chefe da Casa Civil; e a história foi excluída da pauta da CPI da Covid por
aliados do PT. Logo, é mais uma bomba no colo de Lula.
Eliane Cantanhêde - Estadão
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