Pressionado pela descoberta de um escândalo
bilionário de fraudes em benefícios de aposentados, Carlos Lupi admitiu, em
entrevistas publicadas nesta segunda por diferentes jornais, que sabia da
bandalha em curso no INSS.
Lupi também admitiu que chegou a ser alertado por
uma conselheira do Conselho Nacional de Previdência Social, colegiado
responsável por administrar o sistema no país e definir regras que, até onde
descobriu a PF, beneficiaram entidades sindicais de fachada em detrimento dos
aposentados.
No início do ano, o Radar mostrou que Lupi nomeou
nesse colegiado um aliado pedetista que já foi preso pela Polícia Federal numa
investigação de corrupção envolvendo verbas da Prefeitura de Araçatuba (SP). A
nomeação se deu em 2024, quando Lupi já havia sido alertado sobre as fraudes em
curso no INSS.
O histórico de José Avelino Pereira, conhecido como
Chinelo, deveria servir de alerta a Lupi, mas o ministro de Lula não só incluiu
o nome dele no conselho — como suplente — como também entregou o comando do PDT
na cidade do interior de São Paulo ao sindicalista.
Mensagens interceptadas pela Polícia Federal na
operação realizada em 2019 mostram que Chinelo, tratado como chefe da
organização criminosa, mandou fazer uma “limpa” na casa do filho dele, um dia
antes de a PF realizar a operação.
“Pega tudo. Põe tudo aí. Pegou embaixo da…da… das
bermudas aí as correntes?”, diz Chinelo numa das mensagens interceptadas pela
PF e divulgadas na época da operação.
Para piorar, como mostrou o Radar, Chinelo comanda
uma entidade que é investigada num inquérito do MPF no Rio Grande do Sul
justamente por se apropriar de parte de benefícios de aposentados sem a devida
autorização, o mesmo caso apurado pela PF agora.
Lupi, que sabia de tudo, ouviu alertas, e pouco fez,
segue com o companheiro pedetista ao seu lado.
Em nota ao Radar, no início do ano, o Sindicato
Nacional dos Aposentados do Brasil, entidade comandada por Chinelo, negou
envolvimento em fraudes a aposentadorias.
VEJA

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