Pesquisa da Confederação Nacional de Municípios
(CNM), aponta a carência de vacinas do calendário nacional de imunização, como
catapora, covid-19 e coqueluche.
Segundo a confederação, 65,8% de um total de 2.895
municípios analisados relataram ausência de imunizantes. A CNM diz ainda que os
resultados do levantamento refletem o “cenário do momento da pesquisa”.
No caso da catapora, 1.516 municípios analisados
(52,4%) apontaram falta da vacina.
Em segundo lugar, está a vacina para covid-19 em
adultos, ausente em 736 municípios (25,4%), com média de 45 dias sem
disponibilidade.
A CNM lembra que a primeira semana de dezembro
registrou alta de 60% nas notificações da doença no país, no maior nível desde
março. De 1º a 7 de dezembro, houve 20.287 casos, segundo o Painel Covid-19 do
Ministério da Saúde.
Em terceiro lugar, está a insuficiência da vacina
tríplice, contra coqueluche, diferia e tétano, relatada em 520 municípios (18%
do total pesquisado). Segundo a CNM, o imunizante estava em falta em média há
60 dias nos municípios afetados.
Em 2024, os casos de coqueluche subiram quase 2.000%
em relação a 2023, com 4.395 registros até 27 de novembro, a maioria no Paraná.
No acumulado do ano, há 17 mortes, das quais 16 em crianças de menos de 1 ano.
A pesquisa também aponta insuficiência da
vacina meningocócica C, contra a meningite do sorogrupo C, indisponível em 375
cidades (12,9%); da tetraviral, que combate o sarampo, a caxumba, a rubéola e a
varicela, indisponível em 337 municípios (11,6%); e da febre amarela, indisponível
em 280 municípios (9,7%).
Estados mais afetados
Em relação aos estados e regiões mais afetadas,
Santa Catarina continua liderando a escassez de vacinas, com 199 dos 230
municípios que responderam à pesquisa (87% do total) relatando falta de vacinas.
Em seguida, está o Ceará, com 51 dos 59 municípios
analisados (86%), o Espírito Santo, 38 dos 45 respondentes (84%); e Minas
Gerais, com 412 dos 496 respondentes (83%).
A pesquisa divulgada nesta sexta-feira (27) foi
feita, via call center da própria instituição, no período entre 29 de novembro
e 12 de dezembro de 2024.
Resposta
Em nota, o Ministério da Saúde rebateu os resultados
e afirmou ter garantido atendimento a 100% das necessidades de todas as vacinas
do calendário básico, exceto nos casos de desabastecimento global, que
ocorreram por “problemas pontuais”.
O comunicado não afirma se o desabastecimento
decorre de problemas de gestão dos governos locais.
O Ministério informou que existe escassez mundial de
matéria-prima no caso da vacina de catapora, mas assegurou ter garantido todas
as doses necessárias do imunizante após a contratação de três fornecedores.
Para 2025, a pasta assegurou que eventuais problemas
serão resolvidos ao longo do primeiro semestre.
A Pasta destacou ainda que distribuiu 3,7 milhões de
doses de vacina contra a covid-19 aos estados, das quais 503 mil foram
efetivamente aplicadas, o que indica suficiência de doses em nível estadual.
Para 2025, a pasta informou ter reforçado os estoques dos imunizantes.
O Ministério da Saúde informou ter estoques
suficientes para os próximos seis meses das vacinas contra a meningite e a
coqueluche.
Diário do Poder
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