O poeta, escritor e artista visual (e muito mais que
isso) Manoel Fernandes, conhecido como Volonté, faleceu aos 71 anos nesta
segunda-feira (11) em Natal, deixando um legado cultural totalmente seu. Figura
emblemática do cenário artístico potiguar, Volonté era presença constante nas
ruas da Cidade Alta e de Petrópolis, onde nos cativava com sua irreverência e
acidez
Volonté publicou seis livros, que transpiram sua
paixão pela arte e pela vida de Natal.
Nas artes visuais, ele apresentou em 2017 a
exposição “Isso é Só Colagem” na Galeria Newton Navarro, na sede da Fundação
Capitania das Artes (FUNCARTE). Sua obra sempre buscou refletir a autenticidade
da vida nas ruas e a diversidade do Rio Grande do Norte.
A Prefeitura de Natal, por meio da Capitania das
Artes, já havia homenageado Volonté em uma cerimônia de reconhecimento à sua
influência na cultura local. O evento foi realizado em conjunto com o poeta Nei
Leandro.
Volonté estava prestes a lançar um novo livro,
presente do qual lamentavelmente teremos de abdicar.
Ao longo dos últimos três meses, não foram menos que
meia dúzia as vezes que marcamos de entrevistar nosso querido amigo Volonté.
Algumas delas foram adiadas por nossa incapacidade de administrar os
compromissos agendados (o que só comprova que a todo momento é preciso definir
melhor nossas prioridades, antes que a vida nos tire essa escolha).
Mas a maioria dos fracassos em concluir o tão
desejado perfil de nosso Volonté se deu pelo humor peculiar de nosso amigo. Ele
começava o papo falando de mil outras pessoas sobre as quais deveríamos
escrever, demonstrando nenhum interesse em falar de si. O tempo se esgotava e
ele falava de tudo, menos de si.
Volonté era um cara extraordinário, fará falta.
Muita falta.
O velório ocorre na manhã desta terça-feira (12), no
Cemitério Morada da Paz, em Emaús, seguido do sepultamento às 16h. Familiares,
amigos e admiradores prestam homenagens ao poeta, destacando seu legado e
influência na literatura potiguar.
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