Sendo o produto com maior alta registrada em
outubro, com variação de 6,83% segundo o Índice de Preços ao Consumidor (IPC),
o preço da carne tem preocupado consumidores, que buscam alternativas para
driblar a alta e continuar a ter o produto na mesa. Além disso, com o preço do
boi gordo disparando, há a expectativa de que haja novo aumento no fim do ano.
Segundo previsão da LCA Consultores, o preço da carne deve subir pelo menos
7,9% no último trimestre deste ano. Em frigoríficos e feiras livres de Natal,
há cortes que sofreram variação de R$ 4 a R$ 10 no quilo nos últimos meses.
O aumento atinge direto o bolso de consumidores de todas as classes sociais.
Carnes mais baratas, como bife e posta gorda, por exemplo, têm registrado
aumentos consideráveis. “Estou achando caro. Por exemplo: a posta gorda tava R$
31 e agora tá R$ 38,50. Vou comprar carne com osso agora, é mais barato”,
lamenta o aposentado José Pinheiro, 73 anos, morador de Extremoz.
Segundo um gerente de um frigorífico que não quis se identificar, os consumidores
têm reclamado bastante do preço das carnes em todos os cortes. “Tivemos quatro
aumentos recentes. O consumidor reclama”, pontuou.
Nas feiras livres, o preço também não tem sofrido reduções significativas. Os
altos preços afetam os pequenos comerciantes, como é o caso de Eduardo Pereira,
80 anos, que tem uma banca na feira do Alecrim há cinco anos. Ele cita que as
margens de lucro têm caído.
“O pessoal reclama demais do preço da carne, e não estamos cobrando o preço que
deveria ser cobrado, porque se for vender pelo preço para se ganhar alguma
coisa, não vamos vender porque o pessoal não quer. Temos que baixar pra ver se
conseguimos vender e apurar a mercadoria. Isso reduz meu lucro, que quase não
existe”, explica.
A demanda por carne geralmente aumenta no final do ano, uma vez que muitos
trabalhadores recebem décimo terceiro salário, crianças saem de férias e
famílias e amigos se reúnem para as festas de fim de ano, como Natal e Ano
Novo.
Dos treze itens que compõem a cesta básica, o que teve a maior alta em outubro
foi a carne bovina, com variação de 6,83%, segundo o Índice de Preços ao
Consumidor (IPC). Em seguida, aparece o Pão (4,58%), Margarina (4,47%), Café
(3,28%), Arroz (2,12%), Feijão (1,28%), Açúcar (0,96%) e Leite (0,08%). Enquanto
os produtos com preços reduzidos foram Frutas (-11,08%), Óleo (-6,41%),
Tubérculos (-4,96), Legumes (-3,89%) e Farinha (-1,11%).
O preço da cesta básica em Natal voltou a aumentar após três meses em queda.
Neste mês, a variação subiu 0,43% em relação ao mês anterior. Com este
resultado, a variação no ano ficou em 3,54%, nos últimos doze meses
(novembro/2023 a outubro/2024) atingiu 5,06% e 691,77%, desde o início do Plano
Real. Nas despesas com os produtos essenciais, o custo com a Alimentação por
pessoa foi de R$ 568,30. Para uma família constituída por quatro pessoas, esse
valor alcançou R$ 2.273,20.
O grupo Alimentação e Bebidas, que responde por 32,43% do índice geral em
termos de participação no orçamento familiar, apresentou uma variação positiva
de 0,24% em relação ao mês anterior. Os itens que mais contribuíram para esse
aumento de preços foram: Bebidas e Infusões (5,28%), Óleos e Gorduras (5,16%),
Carnes e Peixes Industrializados (5,15%), Leites e Derivados (4,27%), Carnes
(3,43%) e Pescados (2,19%).
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