Tribuna do Norte
A Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande
do Norte (Fiern) participará do Intermodal South América 2024, principal evento
sobre modais terrestre, aéreo, marítimo e ferroviário das Américas, no próximo
dia 5 de março. A ideia é viabilizar a implementação de sistemas de cabotagem
no Rio Grande do Norte. A operação surge como uma alternativa em um contexto de
crescimento econômico e otimização logística. O assunto foi debatido na
terça-feira (6) entre o presidente da instituição, Roberto Serquiz, e o
presidente do Sindicato da Indústria de Reciclagem (Sindrecicla-RN), Etelvino
Patrício. A cabotagem é o transporte marítimo entre portos dentro do mesmo
país, como uma alternativa aos meios tradicionais de transporte terrestre, como
caminhões e trens.
“Nessa reunião, pudemos direcionar o trabalho de
como atrair empresas de cabotagem para o Porto de Natal. Seguimos trabalhando
nessa missão e vamos apresentar às empresas um levantamento do potencial de
carga do setor produtivo do RN”, comenta. Serquiz e Patrício se reuniram com os
armadores Login, Marfrete, Mercosul Line e Aliança. “Esses encontros nos
levaram à necessidade de realizar um levantamento de capacidade de carga e
retorno do Porto de Natal, o que está sendo feito junto aos diversos setores da
indústria”, explicou o presidente da Fiern.
Para o presidente da Fiern, o Intermodal South América
2024 será uma oportunidade para atrair empresas para operações de cabotagem na
capital potiguar, enfatizando a necessidade de apresentar às empresas o
potencial de carga do setor produtivo local.
“Será o momento de apresentar o levantamento da
capacidade de carga e retorno do Porto de Natal e abrir diálogo com novos
armadores”, afirma Roberto Serquiz. Ele defende a implementação de sistemas de
cabotagem pois “atraem empresas com boa infraestrutura, logística, segurança
jurídica e ambiente empreendedor”.
O presidente da Fiern explica que as operações de
cabotagem, com um fluxo permanente, são uma forma de estímulo ao
desenvolvimento, porque além de serem um canal de escoamento da produção, se
constituem em um diferencial competitivo.
De acordo com Etelvino Patrício, o Estado possui
potencial para atrair as empresas. “As companhias percebem que existem grandes
possibilidades no Rio Grande do Norte. Precisamos ter um alinhamento para
aproveitar essas oportunidades e esse relacionamento junto às empresas”, afirma
Patrício.
Impulso à economia
Ao
reunir representantes da indústria, comércio e entidades ligadas ao setor
produtivo, a Fiern articulou esforços para promover a cabotagem como um
catalisador do desenvolvimento econômico do Estado.
A implementação da cabotagem no Rio Grande do Norte não apenas promete
impulsionar a economia local, mas também trazer benefícios ambientais e de
infraestrutura, afirmam interlocutores do setor produtivo. A redução do tráfego
de caminhões de carga nas estradas estaduais não só diminuirá os danos ao meio
ambiente, mas também contribuirá para a conservação e aprimoramento das vias de
transporte.
Ao longo de 2023, a Fiern recebeu diversas empresas
de cabotagem para apresentar o potencial de operação no Porto de Natal. Representantes
das empresas Mercosul Line, Marfret e Log-In já se encontraram com lideranças
empresariais do Rio Grande do Norte para conhecer a demanda pela cabotagem dos
setores produtivos do Estado. Entre janeiro e dezembro de 2023, dentre os tipos
de navegação a partir dos portos do RN, a de longo curso concentrou 2,3 milhões
de toneladas e a cabotagem perto de 500 mil toneladas. Os dados são do
Desempenho Aquaviário 2023 da Agência Nacional de Transportes Aquaviários
(ANTAQ).
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