O comércio varejista ampliado do Rio Grande do
Norte, aquele que inclui as atividades de veículos, motos, partes e peças e de
material de construção, registrou um recuo de vendas em setembro deste ano. A
Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada pelo IBGE, nesta terça-feira (14),
mostra uma queda de 2,4% no volume de vendas no comparativo entre setembro
deste ano e setembro de 2022. Quando se verifica o acumulado do ano, o setor
cresceu 1,3%, mas esse percentual é menor em 0,4 ponto percentual ante o
registrado até agosto (1,7%). Na comparação com o mês de agosto, houve uma
redução de 0,4%, na série com ajuste sazonal.
Os resultados confirmam a tendência de retração
do comércio após o aumento da alíquota do ICMS, que passou de 18% para 20% em
abril deste ano, segundo mostrou estudo da Federação do Comércio de Bens,
Serviços e Turismo do Estado (Fecomércio RN). No acumulado dos últimos doze
meses, o volume de vendas do comércio varejista ampliado no Estado cresceu
1,4%, em relação ao período anterior de 12 meses.
A trava imposta ao comércio varejista com a alta do
ICMS também pode ser percebida quando há uma comparação com Estados vizinhos.
Considerando o comparativo entre setembro/2022 e setembro/2023, na análise
regional, o comércio varejista ampliado apresentou resultados divididos entre
as unidades da federação: 13 negativos (inclusive o Rio Grande do Norte), 14
positivos. Maranhão (20,9%); Ceará (13,2%) e Espírito Santo (11,2%) se
destacaram com as maiores altas, enquanto Mato Grosso do Sul (-8,8%), Roraima
(-10,3%) e Paraíba (-16,3%) registraram as maiores quedas, segundo os dados da
PMC. No acumulado do ano, houve destaque para Maranhão (12,9%) e Ceará (5,4%).
A constatação da perda de fôlego após o novo valor
do imposto fica ainda mais forte com a comparação da média nacional. Com a
redução de juros, programas para eliminar o endividamento da população, entre
outras iniciativas, o país passou a ver o setor varejista crescer sempre acima
de 3%. Em julho, chegou a 4,3% de alta.
Em setembro a alta foi de 2,9% no comparativo entre
setembro deste ano e setembro de 2022; ante agosto deste ano, houve alta de
0,2%; no acumulado do ano, houve crescimento de 2,4% e nos últimos 12 meses, de
1,6%.
Para se ter uma ideia, de janeiro a março de 2023 o
RN registrou índices tão positivos no setor terciário que fizeram o Estado
figurar entre os que mais cresciam no país nesta atividade, superando bastante
a média nacional. No primeiro mês do ano, a alta foi de 7,2%, seguido de 4,9%
em fevereiro e 4,4% de salto positivo em março. Neste mesmo período, o país
registrou números bem abaixo. Em janeiro foi de 0,6%, fevereiro 0,2% e março
chegando a 3,3%.
No dia 1º de abril deste ano, o Governo potiguar
passou a cobrar 20% de ICMS. Já neste mês, o crescimento do comércio passou a
ser de 1,1%. Em maio, foram apenas 0,6% de alta. Já de junho a agosto, uma
estagnação de 1,7%.
Na comparação anual, as vendas no Rio Grande do
Norte – sem considerar o varejo ampliado – também registraram queda frente a
setembro de 2022 (-1,8%). Nacionalmente, o comércio varejista avançou 3,3%, com
resultados positivos em 18 das 27 Unidades da Federação.
Os resultados negativos impactaram nas receitas de
vendas tanto do comércio varejista quanto do ampliado do Rio Grande do Norte,
as quais fecharam setembro de com –0,2% e –1,7%, respectivamente, na série com
ajuste sazonal que compara ao mês anterior. A média nacional no mesmo índice
foi de 1% para o comércio varejista e de 0,5% para o ampliado.
Setor de serviços
Em
setembro, o volume de serviços do Rio Grande do Norte caiu 8,1 pontos
percentuais abaixo do resultado de agosto (1,9%) e apresentou variação de -6,2%
frente ao mês anterior. Esse foi o segundo mais baixo desempenho registrado em
um estado, ficando atrás apenas de Rondônia (-6,7%) impactando na receita que
foi de –6,6% se comparado a agosto. A maior parte das 27 Unidades da Federação
(UF) teve queda no volume de serviços em setembro de 2023, na comparação com
agosto. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do IBGE.
Na comparação interanual, volume de serviços
apresentou a primeira variação negativa do ano fechando setembro com –1,8%.
Nacionalmente, no confronto contra setembro de 2022, o setor de serviços
apresentou recuo de 1,2%, interrompendo uma longa sequência de dois anos e meio
de taxas positivas nessa comparação.
No acumulado dos últimos 12 meses, o estado fechou
setembro com variação de 4,2%, bem próximo aos 4,4% registrados para o Brasil.
Já no acumulado do ano, o Rio Grande do Norte (5,6%) foi uma das 25 das 27
Unidades da Federação que registraram variações positivas até setembro de 2023.
Embora a variação ainda seja positiva, desde junho o estado vem apresentando
queda em pontos percentuais nas variações acumuladas no ano ao longo dos meses.
A média nacional para o mesmo índice está em 3,6%.

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