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A Petrobras vive um momento difícil, talvez o mais
complicado desde o início da gestão Jean Paul Prates na presidência da empresa.
Nesta sexta-feira (10), as ações da Petrobras abriram o pregão desta
sexta-feira no campo negativo, após a petroleira divulgar na véspera uma queda
maior que 40% no lucro do terceiro trimestre.
Segundo a CNN Brasil, o resultado já era esperado
pelo mercado, porém, amenizou a variação dos ativos. Por volta das 11h30, os
papéis preferenciais registravam queda de 0,17%. A Petrobras registrou lucro
líquido de R$ 26,63 bilhões no terceiro trimestre, o equivalente a uma queda de
42,2% na comparação com o mesmo período do ano passado.
Em comunicado, a companhia diz que a queda dos
preços do petróleo e das margens dos derivados “afetaram não só a Petrobras,
mas a indústria de óleo, gás e derivados como um todo”. O petróleo Brent, que
serve como referência internacional para a estatal brasileira, caiu 14% no
terceiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, segundo a
Petrobras.
Para o analista de ações da Warren, Frederico Nobre,
que acompanha de perto o desempenho do setor, “o resultado um pouco abaixo do
que o mercado estava esperando parece ser fruto de efeitos não recorrentes,
porque a Petrobras teve um gasto exploratório maior nesse trimestre em óleo e
gás, devido um ramp up da produção, ou seja, o início de operações de novas
plataformas e isso acabou gerando R$ 2 bilhões a mais de gastos exploratórios
que não estavam na conta.”
Outro fator que impactou foi a variação cambial, já
que o dólar nesse período estava mais baixo do que no trimestre anterior. Sobre
o câmbio, Frederico explica que isso também gera um efeito negativo no lucro
líquido.
O especialista lembra ainda que no trimestre passado
houve alienação de ativos e, como não ocorreu nenhuma venda de ativos nesses
últimos três meses, isso gerou mais um impacto negativo de cerca de R$ 3
bilhões.
Apesar do resultado abaixo do esperado pelo mercado,
Frederico entende que o balanço ainda está em linha, principalmente se forem
considerados outros fatores que estão condizentes com a política da companhia,
como é o caso dos dividendos.
Com o resultado, a Petrobras aprovou um pagamento de
R$ 17,5 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) aos
acionistas.
Em comunicado ao mercado, o presidente da estatal,
Jean Paul Prates, disse que “estão trabalhando para que a Petrobras cresça de
forma sustentável e rentável”.
Além disso, ele explicou que seguirá com a
estratégia comercial para os combustíveis, que vem se mostrando bem-sucedida,
tornando a Petrobras mais competitiva no mercado e ao mesmo tempo permitindo
períodos de estabilidade para o consumidor, segundo Prates.

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