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Uma denúncia foi apresentada contra oito integrantes
de associação criminosa que lavava valores oriundos do tráfico de drogas, de
organização criminosa e de outros crimes. O grupo foi alvo da operação Plata,
deflagrada pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte, no dia 14 de
fevereiro deste ano, com o apoio da Polícia Militar do RN e dos Ministérios
Públicos de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Bahia,
Ceará e Paraíba e, ainda, do Departamento Penitenciário Nacional (Depen). Os
casos levados ao Judiciário contaram ainda com o apoio – após autorização
judicial – da Receita Federal do Brasil, em importante atuação
interinstitucional.
A Justiça potiguar já acatou a 4ª denúncia do caso,
contra os 8 réus, que passam a responder formalmente pelos crimes de lavagem de
dinheiro e associação criminosa. Ao todo, o MPRN já ofereceu denúncias contra
23 pessoas em decorrência da operação Plata. Já foram levados Judiciário 493
fatos criminosos cometidos pelo grupo criminoso e o Ministério Público obteve
bloqueio judicial efetivo de R$ 13 milhões em bens.
Segundo as investigações, no período compreendido de
2009 a 2021, os denunciados, em uma série de atos independentes, ocultaram e
dissimularam a natureza, origem e propriedade de valores oriundos, direta e
indiretamente, de infrações penais praticadas pelos denunciados Valdeci dos
Santos, apontado como sendo a segunda maior liderança do Primeiro Comando da
Capital (PCC), fora do sistema penitenciário, enquanto estava foragido, e seu
irmão Geraldo dos Santos Filho.
Operação Plata
A operação Plata cumpriu sete mandados de prisão e
outros 43 de busca e apreensão nos Estados do Rio Grande do Norte, São Paulo,
Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Bahia, Ceará e Paraíba, e
ainda no Distrito Federal. Ao todo, participaram nacionalmente do cumprimento
dos mandados 48 promotores de Justiça, 56 servidores e ainda 248 policiais.
No RN, os mandados de prisão e de busca e apreensão
foram cumpridos nas cidades de Natal, Jardim de Piranhas, Parnamirim, Caicó,
Assu e Messias Targino. Houve ainda cumprimento de mandados nas cidades
paulistas de São Paulo, Araçatuba, Itu, Sorocaba, Tremembé, Votorantim e
Araçoiaba da Serra; em Brasília/DF, Fortaleza/CE, Balneário Camboriú/SC,
Picuí/PB, Espinosa/MG e em Serra do Ramalho e Urandi, ambas na Bahia.
As investigações que culminaram na deflagração da
operação Plata foram iniciadas em 2019, com o objetivo de apurar o tráfico de
drogas e associação para o tráfico de drogas, além do crime de lavagem de
dinheiro. O esquema era liderado por Valdeci Alves dos Santos, também conhecido
por Colorido. Valdeci é originário da região do Seridó potiguar e é apontado
como sendo o segundo maior chefe do Primeiro Comando da Capital (PCC), facção
criminosa que surgiu nos presídios paulistas e que tem atuação em todo o Brasil
e em países vizinhos.
O esquema de lavagem de dinheiro, de acordo com as
investigações do MPRN, já perdura por mais de duas décadas. Valdeci foi
condenado pela Justiça paulista e atualmente está preso na Penitenciária
Federal de Brasília.
No Rio Grande do Norte, Valdeci tem como
braço-direito um irmão dele, Geraldo dos Santos Filho, também já condenado pela
Justiça por tráfico de drogas. Pastor Júnior, como é conhecido, foi preso em
2019 no Estado de São Paulo fazendo uso de documento falso. Geraldo estava
cumprindo a pena em regime semiaberto.
Valdeci Alves dos Santos e Geraldo dos Santos Filho
são investigados nessa operação ao lado de pelo menos mais outras 22 pessoas. A
Justiça determinou o bloqueio e indisponibilidade de bens até o limite de R$
23.417.243,37.
Além do bloqueio de contas bancárias, a Justiça
determinou o bloqueio de bens e imóveis, a indisponibilidade de veículos e a
proibição da venda de rebanhos bovinos. O dinheiro do grupo é proveniente do
tráfico de drogas. O lucro do comércio ilegal era lavado com a compra de
imóveis, fazendas, automóveis, na abertura de mercados e até com o uso de
igrejas. Segundo já apurado pelo MPRN, Geraldo dos Santos Filho e a esposa dele
abriram pelo menos sete igrejas evangélicas.
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