Fonte: Diário do RN
A vereadora de Parnamirim Rhalessa Freire dos Santos
(PTB) e mais quatro pessoas foram intimadas a apresentar suas alegações finais
no Tribunal Regional Eleitoral do Estado (TRE-RN), referentes a uma ação penal
eleitoral em que são investigados pelos crimes de falsidade ideológica
eleitoral, peculato e lavagem de dinheiro no município, no âmbito da Operação
Dízimo, deflagrada em junho de 2021.
A parlamentar chegou a ser presa na época e afastada
do cargo, mas retornou à Câmara Municipal em março passado.
Conforme o juiz da 1ª Zona Eleitoral, Gustavo
Fernandes, o Ministério Público recusou firmar acordo com Rhalessa Freire e com
o ex-vereador Alex Sandro da Conceição Nunes da Silva, o ex-chefe de gabinete
Sandoval Gonçalves de Melo, Danilo Rodrigues Peixoto de Vasconcelos e Gerlúcio
de Aquino Guedes, na 1ª Instância e perante a 2ª Câmara de Coordenação e
Revisão do Ministério Público Eleitoral.
“Com isso, determino ao Cartório Eleitoral que
proceda nova intimação, primeiro do MPE e, em seguida, dos réus por meio de
suas respectivas defesas técnicas, para que ofereçam suas alegações finais, em
memoriais, no prazo de cinco dias, nos moldes determinados no artigo 403, § 3º
do Código do Processo Penal”, escreveu o magistrado, que intimou também o
Ministério Público Eleitoral (MPE) para se pronunciar sobre o fato.
Em setembro do ano passado, Rhalessa Freire foi
afastada do exercício de sua função parlamentar na Câmara de Parnamirim
decretado e resguardado através de um mandado de segurança acatado por maioria
no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJ-RN). No entanto, no dia 28 de
março deste ano, o TRE-RN determinou o retorno da parlamentar às atividades na
Casa legislativa.
Entenda o caso
Conforme denúncia do Ministério Público do Rio
Grande do Norte (MPRN), Rhalessa Freire e os quatro acusados são investigados
sobre uma possível ocorrência de crimes de falsidade ideológica eleitoral,
lavagem de dinheiro, peculato e associação criminosa na cidade de Parnamirim
durante as eleições municipais de 2020. Na época, foram cumpridos cinco
mandados de prisão temporária e outros dez de busca e apreensão, em Parnamirim.
Para o MP Eleitoral, o ex-vereador Alex Sandro, na
condição de presidente de fato da Associação Proamfa, junto com os vereadores
Ítalo de Brito Siqueira e Rhalessa Cledylane Freire dos Santos, destinavam
recursos para a Associação, através de emendas parlamentares e, após o
recebimento dos valores pela entidade, transferiam para eles o montante, em um
verdadeiro esquema de desvio de recursos públicos com a finalidade eleitoral.
Alguns desses réus também foram alvos da operação
Mateus 7:15, deflagrada em novembro de 2020. Com auxílio do MPRN, foram
apreendidos aproximadamente R$ 70 mil em espécie a poucos dias das eleições
municipais em endereços vinculados ao ex-vereador Pastor Alex.
A Associação Proamfa recebeu recursos públicos de
Parnamirim, diretamente e através de emendas parlamentares de vários
vereadores. As denúncias são de que os políticos denunciados desviavam verbas
em benefício de suas campanhas eleitorais, em detrimento dos demais
adversários, causando forte desequilíbrio da disputa eleitoral e influência na
legitimidade do pleito.
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