Com informações do Infomoney
A Índia, segundo maior exportador mundial de açúcar,
depois do Brasil, responsável por 8% ou 9% do comércio global, deve proibir as
usinas de exportar açúcar na próxima temporada a partir de outubro,
interrompendo os embarques pela primeira vez em sete anos, já que a falta de
chuva reduziu a produção de cana, segundo reportagem da Reuters.
Uma proibição na Índia provavelmente aumentaria os
preços de referência em Nova York e Londres, que já estão sendo negociados em
torno das máximas de vários anos, provocando temores de mais inflação nos
mercados globais de alimentos.
Na safra 2022/23, o governo indiano permitiu
exportações de 6,1 milhões de toneladas, já abaixo dos 11,1 milhões de
toneladas da temporada anterior.
Para Morgan Stanley, a falta de exportações de açúcar
da Índia, se a proibição for implementada, deverá sustentar preços mais
elevados do açúcar por mais tempo.
Na véspera, o contrato para outubro do açúcar bruto
fechou em alta de 0,45 centavo, ou 1,9%, a 23,85 centavos de dólar por
libra-peso, repercutindo a notícia.
Além disso, segundo o banco americano, a ausência da
Índia no comércio global deixa o Brasil como o único grande fornecedor no
mercado a exigir preços melhores.
Tendo isso em vista, o banco lembra que as ações do
setor no Brasil já tiveram forte alta na véspera, com São Martinho (SMTO3)
disparando 7,6% e Raízen (RAIZ4) subindo 2,56% na véspera.
Já o Bradesco BBI destaca que a restrição na Índia
fez fez com que os preços internacionais no mercado spot (á vista) aumentassem
3%. “Isso indica também que o El Niño, que deve ganhar força nos próximos
meses, deverá impactar negativamente a safra global de açúcar em 2023/24, o que
seria positivo para São Martinho e Jalles Machado JALL3)”, explica, por conta
do aumento de preços. Ontem, JALL3 também subiu forte, 5,20%.
A XP Investimentos comenta que as usinas devem
continuar priorizando o açúcar em relação ao álcool após essas notícias, apesar
do recente aumento dos preços da gasolina pela Petrobras (PETR4) que aumentou a
competitividade do etanol.
O time de análise da XP mantém visão positiva para
todos os players de açúcar e etanol dentro de sua cobertura devido à visão
positiva de longo prazo sobre os preços do açúcar, além de menores custos e
rendimentos mais elevados, empurrando para uma maior diluição de custos.
Apesar do desempenho positivo mensal (+7,7%) e
acumulado no ano (33,8%), analistas da XP acreditam que os preços atuais ainda
estão um ponto de entrada interessante para o São Martinho, que deverá ser
precificado mais rapidamente do que as variáveis acima mencionadas devido ao
seu perfil puramente commodity e maior exposição ao açúcar.
O Bradesco BBI mantém recomendação neutra para São
Martinho e Jalles Machado, com preço-alvo de, respectivamente, R$ 40 e R$ 10.
As ações do setor têm uma nova sessão de ganhos. Às
11h15 (horário de Brasília) desta quinta-feira, JALL3 subia 2,14%, SMTO3
avançava 1,72% e RAIZ4 tinha alta de 1,66%.
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