A área técnica da Agência Nacional de Energia
Elétrica (Aneel) propôs a redução de até 36,9% dos valores das bandeiras
tarifárias, taxa adicional cobrada na conta de luz a depender das condições de
geração de energia no País. A recomendação está em nota técnica que embasou o
voto a ser apresentado pelo relator do processo, diretor Fernando Mosna, nesta
terça-feira (22), quando a agência irá analisar a abertura de consulta pública
sobre o tema. Segundo apurou o Broadcast Energia, o diretor irá seguir a
proposta.
Pela nota técnica, todos os patamares passariam por
ajustes. Para bandeira amarela, a proposta prevê uma redução de 36,9%, passando
de R$ 2,989 para R$ 1,885 a cada 100 quilowatts-hora (kWh). Já a bandeira
vermelha 1 passaria de R$ 6,500 para R$ 4,463, uma redução de 31,3%. E a
bandeira vermelha 2 de R$ 9,795 para R$ 7,877, uma diferença de 19,6%. Os
porcentuais podem ser alterados após análise das contribuições encaminhadas à
Aneel durante a consulta pública.
A área técnica adotou a mesma metodologia de cálculo
usada em 2022. A redução deve-se a parâmetros que se mostraram mais favoráveis
em 2023, principalmente os preços dos combustíveis no mercado internacional.
Além disso, também foram considerados o crescimento da oferta de energia gerada
por usinas hidrelétricas, a diminuição de custos de contratos sob gestão das
distribuidoras e o fim dos contratos de usinas negociadas no leilão
emergencial.
Criado em 2015 pela agência reguladora, o sistema de
bandeiras tarifárias tem seus valores revisados anualmente, considerando uma
série de informações. Entre elas os limites para o Preço de Liquidação das
Diferenças (PLD), correção monetária pela inflação, preço médio dos contratos
de compra de energia no mercado regulado, previsão de crescimento da carga de
energia e os custos e disponibilidade do parque termelétrico.
O intuito da taxa adicional cobrada na conta de luz
é sinalizar ao consumidor o custo da geração de energia. A medida também
atenuou os efeitos no orçamento das distribuidoras. Até então, as empresas eram
obrigadas a carregar os custos, que só eram repassados às contas de luz no
reajuste tarifário anual.
A bandeira verde, quando não há cobrança adicional,
significa que o custo para produzir energia está baixo. Esse é o patamar que
está em vigor desde abril do ano passado, devido aos níveis dos reservatórios.
Já o acionamento das bandeiras amarela e vermelha representa um aumento no
custo da geração por condições menos favoráveis.
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