terça-feira, 29 de junho de 2021

TANGARAENSES - Grávidas que tomaram vacina de Oxford no RN só podem tomar 2ª dose 45 dias após o parto, orienta Sesap

 


Mais de 400 mulheres grávidas que tomaram a primeira dose da vacina de Oxford/AstraZeneca contra a Covid-19 só poderão tomar o reforço do imunizante 45 dias após o parto, segundo recomendação da Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Norte.

Segundo a pasta, a recomendação é que as grávidas que já iniciaram a vacinação com a Oxford devem completar o esquema com o mesmo imunizante, porém só podem tomar a D2 após o puerpério - o período de 45 dias após o nascimento do bebê.

A orientação é criticada por gestantes como a advogada Thais de Fátima Souza Araújo, de 32 anos, que mora em Mossoró, tem hipertensão e tomou a primeira dose da vacina ainda nos primeiros meses de gestação, em maio. Pela recomendação publicada após a suspensão da vacinação com Oxford em grávidas, ela só poderia tomar a segunda dose em novembro.

"Para toda a população dizem: 'tomem a segunda dose, não deixem de tomar a segunda dose, a segunda dose é muito importante para que você fique protegido'. Mas, para as grávidas, que somos um grupo de risco, com mortalidade materna altíssima, o que dizem para a gente? 'Vocês não podem tomar a segunda dose'. Então nos assusta muito esse posicionamento tão omisso", diz.

Nesta terça-feira (29), a Prefeitura do Rio autorizou que grávidas que tomaram a vacina da AstraZeneca contra a Covid na primeira dose recebam a da Pfizer na segunda aplicação. É a primeira capital brasileira a adotar a combinação de imunizantes.

AstraZeneca suspensa para grávidas

AstraZeneca foi suspensa para gestantes após recomendação da Anvisa, em 10 de maio, para investigação sobre uma possível “reação adversa” em uma gestante. Logo após suspender a vacinação, o estado informou que aquelas gestantes que tomaram a primeira dose e não tivessem apresentado reação, poderiam tomar a segunda, mas a orientação foi modificada.

Ainda naquele mês, o Ministério da Saúde passou a recomendar a vacinação de grávidas com comorbidades com a CoronaVac e a Pfizer.

No Rio Grande do Norte, através de uma nota técnica publicada no fim de maio, a Sesap recomendou a vacinação com os outros imunizantes para as grávidas em geral, mas apontou que as grávidas que já tinham tomado a primeira dose da Oxford deveriam esperar.

Estamos nos sentindo muito inseguras e abandonadas com essa decisão

— Thais Araújo, gestante

A advogada Thais conta que não apresentou nenhuma reação à vacina de Oxford e tomaria a segunda dose do mesmo imunizante, se fosse oferecido para ela. Ela faz parte de um grupo de gestantes que tem se mobilizado nas redes sociais para buscar a aplicação da segunda dose dentro do prazo certo, seja da Oxford ou outra. "Nossa pauta não é escolha da vacina, mas a 2ª dose no prazo correto", diz.

Ela diz que, entre as gestantes, também há profissionais de saúde, que engravidaram após tomar a primeira dose e também estão se arriscando, porque continuam trabalhando, mesmo sem o esquema vacinal completo.

"No meu caso, o fato de ter hipertensão já é um risco. E a própria gestação hoje é um fator de risco para a Covid. Estamos nos sentindo muito inseguras muito abandonadas com essa decisão", diz.

 

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