ESTADÃO CONTEÚDO
O Ministério da Saúde só
entregou 340 kits de instalação de leitos de UTI aos Estados de um total de 3
mil prometidos. A pasta ainda corre atrás de empresa para fornecer 2 mil destes
kits. O número enviado até agora é inferior ou próximo ao de leitos extras
instalados por alguns Estados. O Paraná, por exemplo, tem cerca de 530
contratados. Já o Maranhão instalou 230 específicos para covid-19.
Em 15 de março, o governo federal
prometeu entregar a primeira leva de leitos. Eram 540 para reserva técnica.
Desses, ainda não chegaram 200 aos Estados. As unidades que seriam usadas para
reserva tornaram-se essenciais em algumas regiões. Mesmo sem conseguir vencer a
primeira entrega, o governo federal aumentou a meta para 3 mil, no fim de
março.
O ministério não dá prazo para entrega
de todos os leitos. O ex-secretário executivo da pasta, João Gabbardo, já
afirmou que os produtos podem ser entregues em até uma semana aos Estados após
a empresa contratada entregá-los ao governo federal. Os pacotes para montagem
dos leitos têm cama, monitor de sinais vitais, respirador, entre outros insumos.
Estes equipamentos serão enviados aos Estados, que montam leitos em locais já
definidos.
Integrantes do ministério dizem que
tiveram dificuldades para encontrar empresas interessadas em fornecer leitos e
produtos para montagem dos kits. A Argentina chegou a bloquear uma compra de
mil respiradores. A parcela inicial de mil conjuntos para montagem de leitos
foi dividida em três processos de compras. Os primeiros 200 kits tinham sete
respiradores para cada leito. Com a escalada da crise, o ministério contratou
340 leitos com um respirador cada. Segundo integrantes da pasta, porém, cem
estão bloqueados em aeroportos aguardando a liberação da Anvisa. Um terceiro
edital de 460 leitos não teve interessados. A primeira parcela de leitos (540
unidades) foi entregue conforme a população de cada Estado, mas com um piso de
dez leitos.
Custeio
O governo também custeia o funcionamento
de leitos e de locais de tratamento intensivo montados pelos Estados. São 2.232
leitos de UTI adulta e 26 de UTI pediátrica bancados pelo ministério, com R$
1,6 mil diários. Governadores reclamam que o valor para manutenção dos espaços
é mais alto, de ao menos R$ 2,5 mil por dia.
O Ministério da Saúde admitiu ontem que
não vai mais receber uma remessa de 15 mil respiradores mecânicos que havia
comprado da China. O calote foi reconhecido pelo governo, que promete 14.100
unidades de equipamentos produzidos pela indústria nacional.
Ontem, no
Senado, o ministro da Saúde, Nelson Teich,
negou motivação ideológica para romper contrato com a empresa de Macau. Ele
afirmou que houve desconfiança sobre a compra, após exigência de que parte de
cerca de R$ 1 bilhão do contrato fosse paga antecipadamente em conta na Suíça.
Sobre a distribuição de insumos, o
ministério informou que foram entregues 79 milhões de equipamentos de proteção
individual. Nas contas do governo, os repasses realizados até agora chegam a R$
4,5 bilhões em equipamentos de segurança individual, testes e leitos aos
Estados.
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