Mesmo sem estar oficialmente em guerra, o Brasil
apresenta níveis de violência superiores aos de países mergulhados em conflitos
armados prolongados, como o Sudão. Localizado no norte da África, o país vive
desde 2023 uma guerra civil que já provocou uma das maiores crises humanitárias
recentes, com mais de 12 milhões de deslocados e cerca de 150 mil mortos,
segundo estimativas da ONU.
Ainda assim, os indicadores de violência colocam o
Brasil em situação mais grave. Em 2024, o país registrou 35.365 homicídios
dolosos, uma média de 97 assassinatos por dia, de acordo com o Mapa da
Segurança Pública, do Ministério da Justiça. No mesmo período, houve 40.874
tentativas de homicídio — alta de 7,47% em relação a 2023 — além de 729 casos
de lesão corporal seguida de morte.
Levantamento do projeto ACLED (Localização de
Conflitos Armados e Dados de Eventos) reforça esse cenário ao apontar o Brasil
como o sétimo país mais violento do mundo, considerando critérios como
letalidade, alcance geográfico da violência, risco para civis e atuação de
grupos armados. Entre janeiro e novembro, foram registrados 9.305 episódios
violentos no país, sendo 4.449 contra civis. No Sudão, no mesmo período, foram
3.650 ocorrências, com 1.530 ataques à população civil.
O ranking do ACLED é liderado por territórios que
enfrentam guerras abertas, como Palestina, Mianmar e Síria, mas também inclui
países marcados pela forte atuação do crime organizado. Dados recentes indicam
que até nações em guerra, como Ucrânia e Rússia, apresentaram níveis de
violência inferiores aos registrados no Brasil.
Apesar da gravidade, o Brasil caiu uma posição no
ranking global após ser ultrapassado pelo Equador, que enfrenta uma escalada de
violência ligada a facções criminosas. A crise equatoriana chegou ao ponto de
levar o presidente Daniel Noboa a buscar apoio externo, inclusive de empresas
privadas de segurança, em uma tentativa de conter o avanço da criminalidade.
Com informações do Metrópoles

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