O comentarista Thomas Traumann afirmou, nesta
quarta-feira (3), que a decisão do ministro Gilmar Mendes de restringir
exclusivamente à Procuradoria-Geral da República (PGR) a apresentação de
pedidos de impeachment contra ministros do Supremo Tribunal Federal funciona,
na prática, como uma “PEC da blindagem particular do Supremo”. Antes, qualquer
cidadão podia protocolar denúncias no Senado.
Durante participação no Estúdio i,
Traumann destacou que o impacto da medida ultrapassa a esfera jurídica e entra
diretamente no campo eleitoral. Segundo ele, a decisão tende a fortalecer o
discurso de setores que criticam o Supremo, especialmente grupos alinhados ao
bolsonarismo, que acusam a Corte de se colocar “acima de tudo” e concentrar
poderes.
Para o analista, a consequência política será
imediata: a decisão deve impulsionar candidaturas ao Senado em 2026 que
defendem a possibilidade de impeachment de ministros do STF. “Gilmar Mendes
ajudou a eleição de dezenas de senadores que querem o impeachment”, afirmou.
Traumann também ressaltou que o Supremo brasileiro
jamais levou adiante um processo de impeachment contra um ministro, apesar das
discussões recorrentes. Para ele, ao limitar quem pode apresentar denúncias, a
Corte reforça a percepção de que reduz uma das poucas ferramentas de controle
existentes, o que deve transformar o tema em um dos principais motes das
próximas eleições para o Senado.
Com informações da GloboNews

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