O empresário Joesley Batista, um dos fundadores da
JBS, esteve em Caracas no fim de novembro para tentar convencer Nicolás Maduro
a deixar o poder, em meio ao aumento da tensão entre o regime venezuelano e o
governo Donald Trump. A reunião, realizada no dia 23, ocorreu dias após Trump
telefonar a Maduro pedindo sua renúncia — movimento que reacendeu a expectativa
de uma transição política no país.
Segundo fontes familiarizadas com as tratativas,
Joesley atuou por conta própria, mas com conhecimento prévio de integrantes do
governo americano, que viam na ação uma possibilidade de reforçar a mensagem
enviada por Washington. Em nota, porém, a J&F, holding da família Batista,
afirmou que o empresário “não é representante de nenhum governo”. Nem o regime
venezuelano nem a Casa Branca comentaram a visita.
A iniciativa aconteceu enquanto os EUA intensificam
a pressão sobre Maduro, após meses de operações militares contra embarcações
acusadas de integrar rotas do narcotráfico. Trump afirmou recentemente que
ataques terrestres podem ocorrer “muito em breve”, elevando o risco de escalada.
Nesse cenário, Joesley se junta a outros interlocutores — como enviados
americanos, diplomatas do Catar e investidores do setor de petróleo — que
buscam evitar um confronto direto e discutem possíveis termos para uma saída
negociada.
Joesley mantém relações antigas tanto com Washington
quanto com Caracas. A JBS já firmou contratos bilionários com o governo
venezuelano e ampliou sua presença nos EUA, onde a empresa é uma das maiores do
setor de carnes. A aproximação o colocou em posição estratégica para atuar como
ponte entre os dois lados. A viagem acabou coincidindo ainda com um novo
endurecimento da política americana: no dia seguinte, os EUA classificaram o
Cartel de los Soles — supostamente ligado a Maduro — como organização terrorista,
ampliando a pressão internacional sobre o regime.
Com informações do InfoMoney

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