Uma jovem de 19 anos teve uma parada cardiorrespiratória
ao ser medicada em uma unidade de saúde de Natal,
segundo a família. De acordo com o Conselho Regional de Enfermagem do Rio
Grande do Norte (Coren), a suspeita é de que houve uma troca de remédios.
A Secretaria de Saúde de Natal confirmou que
abriu uma investigação e afastou servidores diretamente envolvidos no
manejo dos medicamentos da Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do
bairro Potengi, na Zona Norte de Natal.
O número de profissionais afastados e as possíveis
causas do problema, no entanto, não foram confirmados pela pasta até a última
atualização desta reportagem.
A suspeita de troca de medicações foi informada pelo
Conselho de Enfermagem após uma vistoria realizada na UPA durante a manhã desta
quinta (17).
"Informações iniciais são de que houve troca de
medicação, foi administrada uma medicação diferente da que foi prescrita,
embora as miligramas fossem as mesmas, mas a substância é diferente. A gente
está apurando tudo isso, já estamos solicitando o prontuário, todos os
registros pra gente ter todos os esclarecimentos de como se procedeu a
dispensação deste medicamento a partir da prescrição até a administração desse
medicamento", afirmou o presidente do Coren, Manoel Egídio.
O caso
O caso aconteceu na terça-feira (16). A jovem foi
transferida para um hospital privado nesta quarta-feira (17). Ela está
internada em uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e, segundo a SMS, tem um
quadro de saúde estável.
De acordo com a nota assinada pelo secretário de
Saúde, Geraldo Pinho, a sindicância instaurada pelo município deverá analisar
os fatos e apurar eventuais responsabilidades.
"Importante esclarecer que os órgãos de
controle e sanitários serão convocados a fiscalizar as condutas em colaboração
com a Secretaria", diz a nota.
"A SMS-Natal reafirma o compromisso com a transparência,
qualidade da assistência prestada em todas as Unidades e reforça que vem
acompanhando a paciente e apoiando integralmente sua família",
complementou.
Jovem procurou atendimento com sintomas
gripais
A jovem é indígena da etnia Potiguara. Segundo a avó
dela, a paciente procurou atendimento na UPA acompanhada da mãe por estar com
sintomas gripais.
"Ao chegar na UPA, ela foi atendida e a médica
solicitou uma medicação, dizendo que era um antialérgico. E esse antialérgico
foi feito e, antes de completar o medicamento, que foi injetado na veia, ela já
tava ficando roxa. A mãe viu ela ficando molinha, foi para perto e quando
chegou lá já tava ficando roxa", contou a avó.
Segundo a família, os médicos constataram que a
jovem teve uma parada cardiorespiratória. Ela foi socorrida, reanimada e
intubada na unidade de saúde.
A família solicitou os prontuários médicos e
apresentou ao médico do hospital privado para onde a jovem foi transferida. No
documento, constam os medicamentos hidrocortisona injetável venosa e
succionatio sódico 100 mg.
"Não repassaram para o médico o motivo da
parada cardiorespiratória. Minha nora mostrou uma foto do prontuário ao médico
(do hospital particular) e ele disse com toda convicção que aquele medicamento
que está lá não causaria uma parada cardiorespiratória", disse a avó.
Em nota, o Conselho Regional de Medicina no RN
informou que "tomará as devidas providências para apurar o ocorrido".

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