O terceiro ano do governo Lula foi marcado por uma
tentativa clara de transformar entregas administrativas em capital eleitoral,
mas acabou atravessado por crises políticas, tensão institucional e um embate
internacional de alto risco. Em 2025, o presidente cobrou resultados do
ministério no chamado “ano da colheita”, promoveu oito trocas no primeiro
escalão e reposicionou aliados em áreas-chave, como Saúde, articulação política
e comunicação, numa estratégia explícita de reorganização para a disputa pela reeleição.
Apesar das dificuldades, o Planalto conseguiu
cumprir promessas relevantes, como a ampliação da isenção do Imposto de Renda
para quem ganha até R$ 5 mil e a saída do Brasil do Mapa da Fome antes do prazo
previsto. Essas medidas são vistas por aliados como trunfos eleitorais,
especialmente diante de um cenário econômico ainda sensível e de uma base
social que o governo tenta reconquistar após desgaste político ao longo do
mandato.
O maior choque veio do exterior. O tarifaço imposto
pelo governo Donald Trump, com sobretaxas de até 40% sobre produtos brasileiros
e sanções contra autoridades, expôs a vulnerabilidade da política externa
brasileira em um cenário geopolítico hostil. Após meses de pressão, Lula
conseguiu reverter parte das medidas em negociações diretas com o presidente
norte-americano, mas cerca de 22% das exportações seguem sob risco, mantendo a
economia em estado de alerta.
No front interno, a relação com o Congresso
deteriorou-se. A derrubada do decreto do IOF, impasses sobre projetos prioritários
e a frustração do Senado com indicações ao STF aprofundaram o distanciamento
entre os Poderes. Ainda assim, Lula adotou discurso conciliador, evitando
confronto público enquanto tenta reorganizar sua base. O saldo de 2025 é claro:
o governo segue de pé, mas entra em 2026 pressionado, com menos margem política
e apostando alto na narrativa de entregas para sustentar o projeto de
reeleição.
Com informações do Metrópoles

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