Os dois tomógrafos do Hospital Monsenhor Walfredo
Gurgel, a maior unidade de saúde pública do estado, quebraram pela segunda vez
em menos de um mês - em
setembro os equipamentos também ficaram sem funcionar simultaneamente. (Relembre,
no vídeo acima, quando os tomógrafos quebraram em setembro).
O problema nas máquinas afetou o funcionamento do
hospital e o diagnóstico de pacientes no últimos dias. A direção do hospital
informou que a empresa responsável pela manutenção dos aparelhos espera
concluir o trabalho de reparação nesta segunda-feira (13). (Veja
detalhes mais abaixo).
Um dos pacientes que precisou do exame neste fim de
semana foi Damião da Silva, de 80 anos, que sofreu um acidente de
bicicleta na cidade de Campo
Grande e foi transferido para o Walfredo Gurgel, em Natal.
Com os equipamentos quebrados, ele precisou ser
deslocado para o Hospital Deoclécio Marques, em Parnamirim,
para realizar a tomografia.
"Ele foi atropelado por volta das 8 horas, e,
na cidade que ele residia, foram prestados os primeiros socorros. Ele foi
encaminhado para o Walfredo Gurgel. Lá, de imediato, quando nós chegamos, fomos
bem atendidos, e foi solicitado o raio-x e a tomografia, já que ele teve
pancada na cabeça", contou a nora Ariedna Lima.
Segundo ela, Damião teve uma fratura exposta nas
costas, onde foi colocado um curativo enquanto ele aguardava os exames.
"Ele passou muito tempo na maca deitado. Por
quê? Nós chegamos no Walfredo às 14 horas, mas nós só conseguimos bater a
tomografia às 18 horas, depois de esperar bastante", contou.
Após retornar ao Walfredo Gurgel, o paciente não
resistiu aos ferimentos e morreu - antes mesmo de entrar na sala de cirurgia.
Segundo a família, ele teve múltiplas fraturas, incluindo em cinco costelas, na
clavícula e no pé, e também perfuração no pulmão.
Um dos tomógrafos tem nove anos, enquanto o outro
tem 15. Segundo a direção do hospital, os dois tomógrafos são responsáveis por
mais de 4 mil exames de imagem por mês.
O tomógrafo com nove anos passa por manutenção e
necessita de troca de peças importadas. O outro aparelho, mais antigo, chegou a
voltar a funcionar nesta segunda-feira (13), mas apresentou novas falhas
durante os testes.
Necessidade de novo aparelho
Segundo o diretor do hospital, Geraldo Neto, há uma
necessidade de comprar de um novo equipamento, mas há um empecilho orçamentário
para que isso ocorra.
"Quando a gente chegou aqui no Walfredo, a
gente identificou, na verdade, a fragilidade que já existia na estrutura,
voltada para essa parte do setor de tomografia, do setor de imagem. E aí, na
verdade, já existe um termo de obsolescência de uma dessas máquinas e a gente
pediu à empresa que faz manutenção preventiva e corretiva para estender um
pouco mais, sabendo justamente das limitações de orçamento que o Estado tem.
Não é novidade para ninguém a nossa dificuldade de orçamento", falou.
O orçamento para a compra de um equipamento novo e
mais moderno já foi feito, mas o hospital aguarda o direcionamento de verba:
cerca de R$ 2,5 milhões.
"O Estado vive nessa situação delicada
financeira, o que nos impediu de fazer uma aquisição de forma mais tempestiva,
mas a direção, assim que enxergou a necessidade de fazer a substituição desses
equipamentos, nós já disparamos processos de compra para que nós fizéssemos a
aquisição de um equipamento maior, mais robusto", completou.
Segundo ele, o processo visa a compra de um
equipamento com 64 canais - o atual tem 16. "Ele é um equipamento muito
mais completo e que a gente com com certeza vai conseguir dar uma resposta
muito mais rápida para fechar diagnóstico e realmente para tomar a
decisão", explicou.
Não há previsão, no entanto, para que essa compra
seja realizada.
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