O Governo de São Paulo foi condenado a indenizar um
homem em R$ 50 mil após um erro grotesco de diagnóstico no Hospital das
Clínicas da Unicamp. O paciente recebeu quimioterapia desnecessária, enfrentou
dores intensas, náuseas e neutropenia febril — tudo por conta de um laudo
inicial equivocado. Apesar da gravidade, não foram constatadas sequelas
permanentes, justificando o valor final da indenização.
Segundo o Instituto de Medicina Social e de
Criminologia de São Paulo (Imesc), o primeiro diagnóstico apontava linfoma não
Hodgkin, mas análises posteriores reclassificaram o caso como infiltração
linfocitária atípica associada a provável doença autoimune. Ou seja, o tratamento
agressivo foi aplicado a alguém que não tinha câncer.
O advogado do paciente destacou o impacto físico e
psicológico do erro. “Meu cliente passou por um tratamento pesado e
desnecessário, com efeitos colaterais severos, tudo por uma falha médica”.
O Estado tentou se eximir, alegando que a
responsabilidade era da Unicamp, mas o juiz da 2ª Vara da Fazenda Pública,
deixou claro que é dever do governo garantir a segurança e qualidade dos
serviços de saúde, mesmo quando prestados por autarquias. “A realização de
quimioterapia sem necessidade é uma falha grave na prestação do serviço
público, justificando reparação financeira”.
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