O governo federal apresentou nesta semana um plano
de reestruturação dos Correios, que prevê cortes de despesas, demissões, venda
de ativos e renegociação de contratos com fornecedores. Até o momento, a
estatal não divulgou o número de desligamentos, a economia estimada nem o prazo
para a execução das medidas.
Segundo o documento, os Correios precisarão de um
empréstimo de R$ 20 bilhões, intermediado por um consórcio de bancos com
garantia do Tesouro, para evitar o colapso financeiro. Esse recurso se soma a
operações anteriores, incluindo um empréstimo de R$ 1,8 bilhão concedido em
junho, reforçando a dependência da estatal de socorros externos.
Especialistas e analistas do setor destacam que o
plano segue um roteiro já utilizado em administrações anteriores, incluindo
ajustes temporários, demissões voluntárias e fechamento de agências. Apesar de
medidas semelhantes terem gerado lucros pontuais, a empresa voltou a apresentar
déficits nos últimos anos, evidenciando a dificuldade de implementar uma
reestruturação sustentável.
Os Correios enfrentam desafios históricos de
eficiência e governança. Ao longo das últimas décadas, a empresa registrou
rombos em fundos de pensão, desvios de recursos e limitações na
competitividade. A estatal mantém sua função social, entregando
correspondências e encomendas em áreas remotas, mas ainda depende de recursos
do governo para manter a operação.
Entre os pontos centrais do novo plano estão a
modernização de processos e a redução de custos, medidas que se repetem em
ciclos anteriores sem alteração significativa na estrutura da companhia. A
expectativa é de que a execução do programa, combinada à supervisão do governo,
permita retomar equilíbrio financeiro, mas o histórico sugere que soluções mais
estruturais podem ser necessárias para garantir a sustentabilidade de longo
prazo.
Com informações da coluna de Malu
Gaspar, do jornal O Globo
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