O avanço da esporotricose em Natal, doença que afeta
principalmente mulheres entre 35 e 65 anos, tem despertado preocupação entre
pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e
autoridades de saúde pública.
De acordo com o novo Painel Epidemiológico da
Esporotricose, elaborado pelo Centro de Inteligência Estratégica para Gestão
Estadual do SUS (CIEGES/RN), o estado já registrou 4.012 casos da doença em
humanos e animais.
Entre os humanos, foram contabilizadas 856
ocorrências em 44 municípios, com 519 confirmações. Já entre os animais, foram
3.156 notificações em 21 municípios, sendo 1.639 confirmadas.
Natal lidera casos em humanos e animais
A capital potiguar lidera o número de casos humanos
com 609 notificações, seguida de Parnamirim (56), Macaíba (55), Santa Cruz (17)
e Nova Cruz (15). Em relação aos animais, Natal também está em primeiro, com
2.328 casos, seguida de Parnamirim (257), Extremoz (250) e Baía Formosa (70).
Segundo a médica infectologista Andreia Nery,
professora da UFRN e coordenadora do Grupo de Estudos e Ações em Saúde Única
(GEASU), a concentração dos casos na Grande Natal está relacionada à melhor
capacitação das equipes de saúde locais.
“Acompanhamos o avanço da esporotricose por meio dos
dados oficiais, mas ainda há muita subnotificação de casos”, afirmou Andreia
Nery.
Reunião técnica discutirá avanço da
doença
O GEASU, em parceria com o Ministério da Saúde,
UFRN, Secretaria Estadual de Saúde, Prefeitura de Natal, Unifesp e UFMT,
realiza nesta terça-feira (21) uma reunião técnica com profissionais da saúde
humana e animal.
O encontro acontece a partir das 13h30, na Unidade
Básica de Saúde do Planalto, na zona oeste da capital, onde há aumento
expressivo de casos.
Tratamento é gratuito pelo SUS
Atualmente, Natal conta com quatro unidades de
referência para atendimento de casos de esporotricose: USF Felipe Camarão II,
Soledade II, Pajuçara e Parque das Mangueiras.
A esporotricose é uma micose causada pelo fungo Sporothrix,
que pode afetar humanos e gatos. O tratamento é gratuito pelo Sistema Único de
Saúde (SUS) e é feito com itraconazol, disponível nas unidades básicas.
Nos casos mais graves, que exigem hospitalização, o
atendimento é feito no Hospital Giselda Trigueiro, em Natal.
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