A apreensão de 77
barras de ouro, totalizando 72,6 quilos e avaliadas em cerca de R$ 45 milhões,
foi confirmada nesta quinta-feira (30) pelo secretário de Segurança Pública do
Amazonas, Vinícius Almeida, como a maior já registrada na história do estado.
Seis
pessoas foram presas na ação, entre elas dois policiais militares e um
policial civil, que estavam fora de serviço.
Entenda o caso em seis pontos:
1.
A maior apreensão já registrada no
Amazonas
2.
Como começou a operação
3.
Policiais fora de serviço entre os
presos
4.
Quem são os suspeitos
5.
O que foi apreendido
6.
Investigações e medidas disciplinares
1. A maior apreensão já registrada no
Amazonas
A carga apreendida nesta quinta-feira foi a maior já
registrada no estado. Até então, a maior apreensão de ouro no Amazonas havia
ocorrido em dezembro de 2023, quando a Polícia Federal interceptou 47
quilos do metal, avaliados em R$ 15 milhões e com grau de pureza superior a
90%, na capital amazonense.
Em nível nacional, a maior apreensão feita até agora
foi registrada em agosto de 2025, quando a Polícia Rodoviária Federal (PRF)
encontrou 103
quilos de ouro, avaliados em R$ 61 milhões, dentro de uma caminhonete
na BR-401, em Boa Vista, capital de Roraima.
2. Como começou a operação
A operação que resultou na maior apreensão de ouro
do estado foi realizada na noite de quarta-feira (29), em Manaus, por
equipes das Rondas Ostensivas Cândido Mariano (Rocam), da Polícia Militar do
Amazonas (PMAM).
De acordo com o comandante-geral da PM, coronel
Klinger Paiva, a denúncia mobilizou de imediato as equipes da segurança
pública, que já estavam em operação nas ruas.
"A Polícia Militar recebeu uma
denúncia, através do 190, de que em uma residência havia uma família feita de refém.
Então, de imediato, a equipe da Rocam chegou no local", explicou.
3. Policiais fora de serviço entre os
presos
Ao chegarem à casa, os policiais encontraram quatro
pessoas rendidas e foram recebidos por dois PMs e um policial civil, todos fora
de serviço. Segundo o comandante da Rocam, tenente-coronel Renan Carvalho, a
situação levantou suspeitas logo no início da abordagem.
"Na residência a gente encontrou a
família no chão, na garagem. Fomos recebidos por um policial civil e os dois
policiais militares estavam dentro da residência. De imediato a gente entendeu
que algo estava errado", contou o comandante.
"Feita a revista na casa, encontramos barras de
ouro na sala. O local onde escondiam o ouro era o tanque do carro que seria
usado para transportar o material em Manaus", completou.
4. Quem são os suspeitos
Conforme apuração da Rede Amazônica, o policial civil
preso é o chefe de investigação do 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP),
Fellipe Pinto Ferreira. Os policiais militares foram identificados como cabo
Gilson Luna de Farias e cabo Antonio Temilson de Souza Aguiar.
Segundo informações, os dois estavam afastados das
funções, um por problemas de saúde, e o outro, Antônio Temilson, por ter sido
preso em 2024 por porte ilegal de arma.
Os três policiais e os outros três homens que
participavam da negociação foram presos em flagrante. A mulher de um dos suspeitos,
dona da residência, foi levada à delegacia como testemunha.
5. O que foi apreendido
Durante a ação, a Rocam apreendeu 77 barras de ouro
de origem venezuelana, além de armas, munições, coletes balísticos, celulares e
dinheiro. Também foram encontrados dois veículos, sendo um blindado e outro com
fundo falso, que seriam utilizados para o transporte do ouro pela capital.
"Um dos indivíduos, dono da
residência, era um venezuelano que estava em posse de 77 barras de ouro, o que
totalizou 72 quilos. Foi apreendido também o armamento que os policiais estavam
utilizando", disse o comandante-geral da PM.
6. Investigações e medidas disciplinares
O material apreendido foi encaminhado à
Superintendência da Polícia Federal (PF), em Manaus, que conduz a investigação
sobre a origem do ouro e a possível participação de outros servidores públicos
no esquema.
O delegado-adjunto da Polícia Civil do Amazonas,
Guilherme Torres, afirmou que já foram adotadas medidas administrativas e
investigativas sobre o caso.
"Será instaurado um inquérito
policial. Nós não compactuamos com qualquer tipo de conduta de um servidor, um
policial, que não tinha justificativa para estar ali naquele momento, fazendo
operação sem ordem de missão. A Polícia Federal vai instaurar o inquérito para
verificar a participação de outros possíveis servidores nesse esquema ilegal de
venda de ouro", disse.
O corregedor-geral do Sistema de Segurança Pública,
coronel Franciney Bó, também destacou que a apuração será rigorosa.
"A gestão do sistema de segurança pública não
está aqui para compactuar com atitudes de servidores com o crime. Tanto que
policiais militares da Rocam, mesmo sabendo que tinham ali colegas de farda,
não se limitaram a atender a ocorrência. Fizeram a prisão e foram atrás dos
detalhes. Um dos policiais envolvidos já responde a procedimento na
Corregedoria, e nós temos o dever de fazer uma apuração isenta e rigorosa. Não
vamos compactuar com desvio de conduta de forma alguma", concluiu.


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