Nesta segunda, 13 de outubro, o Rio Grande do Norte
vai inaugurar algo maior que uma obra: um pacto com a vida. No coração do
Alecrim, bairro de tradições antigas e comércio pulsante, abre as portas a
Unidade Oncológica Infantil da Liga Norte-rio-grandense Contra o Câncer — a
primeira do tipo no estado e uma das mais modernas do Nordeste, tanto que é
muito maior que vários Hospitais do tipo. Erguida ao lado da Policlínica da
Liga, representa um investimento total da ordem de R$ 47 milhões e simboliza,
mais do que concreto e equipamentos, também simboliza a soma de várias mãos, de
quem acredita que saúde pública é um dever de muitos. “Hoje o RN abre a porta
certa para cada criança com câncer: cuidado perto de casa, equipe dedicada e
esperança em cada leito”, resume o senador Styvenson Valentim, autor de emendas
da ordem de R$ 22 milhões que ajudaram a viabilizar o projeto.
O hospital tem 50 leitos, sendo 40 de enfermaria e
10 de UTI pediátrica, além de um setor exclusivo de Transplante de Medula Óssea
(TMO) para pacientes infantis e adultos. A estrutura conta ainda com
brinquedoteca, sala de cinema, solarium, auditório e um núcleo de pesquisa
clínica integrado ao Instituto de Ensino e Inovação da Liga.
Mas, para chegar até aqui, foi preciso enfrentar o
que o senador chama de “o câncer da burocracia”. Desde 2019, Styvenson destinou
cerca de R$ 22 milhões em emendas de custeio à Liga. O detalhe técnico — e
estratégico — é que, por se tratar de entidade filantrópica, as emendas não
podiam ser aplicadas diretamente na construção. O recurso serviu para manter o
atendimento da instituição, permitindo que ela direcionasse receitas próprias e
doações para erguer o novo hospital
“Os recursos que enviei — que são do povo, não meus
— ajudaram a sustentar a Liga e abriram espaço para que ela pudesse realizar o
investimento. A política só faz sentido quando vira cuidado”, costuma dizer o
parlamentar. Além das emendas, Styvenson foi responsável por articular a cessão
do terreno junto à Marinha do Brasil. “Bati em porta de ministério, voltei,
insisti, até conseguir. Porque aqui não estamos tratando apenas de erguer
paredes, mas de construir dignidade”.
Tratamento sem viajar
Até hoje, muitas famílias potiguares que ouviam o
diagnóstico de câncer infantil precisavam viajar para Recife ou Fortaleza. As
longas viagens, os custos, o afastamento de casa e o medo se somavam à dor. A
médica oncologista Lúcia Dantas, coordenadora do novo hospital, destaca o que
isso representa: “Para o tratamento infantil, tempo é vida. Essa estrutura vai
permitir diagnósticos mais rápidos e maior adesão aos protocolos terapêuticos. A
família permanece unida, e a criança, amparada.”
Com a nova unidade, a distância física e emocional
será encurtada. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o Brasil
registra cerca de 7.930 novos casos de câncer infantojuvenil por ano. No RN, a
estimativa é de 130 casos anuais, número que agora poderá ser tratado dentro do
próprio estado, com protocolos atualizados e suporte integral
A Liga e o legado
Com 76 anos de história, a Liga Norte-rio-grandense
Contra o Câncer é reconhecida pelo Ministério da Saúde como Centro de Alta
Complexidade em Oncologia (CACON). A nova unidade integra a rede que já atende
pacientes em Natal, Currais Novos e Caicó, ampliando a capacidade de tratamento
e ensino.
O superintendente da Liga, Roberto Sales, diz que a
entrega da unidade infantil é “um marco humanitário”. “Agradecemos o apoio do
senador Styvenson Valentim, que acreditou na instituição e trabalhou para que
este sonho se realizasse. Isso é o resultado do que acontece quando se tem
vontade de fazer, acima de bandeiras partidárias”, afirmou.
De Currais Novos a Natal: o mapa da
saúde reconstruída
A nova unidade no Alecrim é a continuação de um
plano maior. Em 2024, Styvenson inaugurou o Centro de Diagnóstico e Ensino do
Seridó, em Currais Novos, também administrado pela Liga. Com R$ 36 milhões de
emendas do mandato, a unidade já realizou mais de 15 mil atendimentos em seu
primeiro ano e virou referência regional
“O que estamos vendo é a interiorização real do
atendimento oncológico”, explicou, à época, o diretor da Liga, Dr. Arthur
Vilarim Neto, para quem o modelo é exemplar: “Sem dúvida, o senador está
fazendo história. Ele entende que saúde pública de qualidade não se faz com
discursos, mas com execução”.
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