Com mais de quatro décadas de história, a JP
Agropecuária, referência estadual em qualidade e seleção genética, é um dos
destaques da 63ª Festa do Boi, com o Leilão Nelore JP. A empresa, que alia
tradição e inovação na pecuária potiguar, expõe, nesta sexta-feira (17), 33
lotes de alto padrão genético no prédio do Tatersal, no Parque Aristófanes
Fernandes, em Parnamirim.
O leilão tem como objetivo unir e fortalecer os
criatórios nordestinos e conta com a participação de pecuaristas de Sergipe,
Alagoas, Pernambuco e Paraíba. “Estamos querendo fazer esse leilão para
unificar cada vez mais os criatórios aqui no Nordeste. Fizemos um apoio para
agregar, trouxemos criatórios com bastante tradição como o nosso, que vem de
bastante tempo. Trouxemos também novos criatórios”, diz o jovem empresário
Antônio Patriota, que aos 23 anos está no comando da JP Agropecuária.
Fundada por João Patriota entre as décadas de 1980 e
1990, a JP Agropecuária nasceu com o objetivo de criar gado da raça Nelore,
tanto Puro de Origem (PO) quanto comercial. Todos os animais são registrados
pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), que atua como um
cartório genético, mantendo a genealogia completa dos rebanhos. Para obter o
registro definitivo, um técnico visita a fazenda e verifica se o animal cumpre
os padrões de fenótipo e características da raça.
“Esse gado que está na Festa do Boi é o gado puro de
origem, que é registrado na ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu),
que atua como uma espécie de cartório. Ela tem a genealogia geral do pai, da
mãe, do avô, do bisavô, dos animais que são todos registrados na ABCZ”, explica
Antônio Patriota.
Atualmente, a JP Agropecuária disputa e conquista
prêmios de destaque. Entre seus principais reconhecimentos estão cinco títulos
consecutivos de Melhor Criador de Gado Nelore do Nordeste e quatro vezes como
Melhor Expositor da região, superando grandes criatórios de Minas Gerais, São
Paulo e Uberaba. Os resultados colocam a empresa potiguar em um patamar elevado
como um dos negócios mais competitivos do Nordeste neste setor, com reputação
sólida em genética Nelore de alta qualidade.
O diferencial da empresa está na aplicação de
tecnologia avançada e gestão moderna à pecuária comercial, o que a consolida
como referência regional em melhoramento genético. Todos os animais possuem
chip de rastreabilidade, com informações sobre nascimento, linhagem, sexo, peso
e histórico sanitário, integradas a um software de gestão que permite
acompanhar toda a operação das fazendas, localizadas no Rio Grande do Norte,
Paraíba e Tocantins.
“O nosso gado comercial é todo chipado, todos eles
têm chip na orelha. A gente vem fazendo esse controle sanitário também, fica
dentro dessas informações. Isso tudo vinculado com o software que nós
utilizamos na fazenda”, afirma Antônio Patriota.
Para o empresário, o uso de tecnologia é o que
garante competitividade e sustentabilidade ao negócio. “Hoje tudo ficou caro —
terra, mão de obra, insumos. Então, se não houver gestão eficiente, não há
resultado. Por isso a gente trabalha com controle de solo, melhoramento de
pastagens e acompanhamento detalhado do rebanho”, diz.
Além do investimento em tecnologia, a JP
Agropecuária se destaca pela verticalização da produção, que vai desde o
plantio do capim até à melhoria genética, um modelo que garante maior ganho de
peso, rendimento de carcaça e qualidade da carne, tornando o processo produtivo
mais eficiente.
“Isso aqui que estamos vendo na Festa do Boi é uma
vitrine, mas o nosso negócio principal são as fazendas do gado comercial. Aqui
a gente traz de dentro do nosso rebanho comercial a nossa alta genética de
ponta”, comenta o empresário.
Além da JP Agropecuária, a edição deste ano da Festa
do Boi conta com seis leilões oficiais e dois shoppings de venda de animais. A
grande novidade é a inclusão dos shoppings de animais, uma modalidade de
comercialização diferente do leilão tradicional. Nessa forma de negociação, os
animais são disponibilizados a preço fixo, e a venda é concluída imediatamente
após a confirmação da compra, sem necessidade de pregão.
Jovem liderança na pecuária potiguar
À frente do negócio aos 23 anos, Antônio Patriota
une tradição familiar e inovação tecnológica para manter o legado iniciado por
seu avô nos anos 1970. “Desde sempre eu gostei muito de estar trabalhando com
fazenda. E o negócio da gente foi crescendo e foi ganhando uma robustez para o
próprio negócio se ver como um negócio, porque antigamente a pecuária não era
vista como uma empresa”, relembra.
Formado em Engenharia Civil, ele cresceu
acompanhando as atividades no campo e hoje é responsável por modernizar a
operação com ferramentas digitais e gestão profissional. Aos 17 anos, Antônio
Patriota começou a acompanhar mais de perto a rotina das fazendas e assumiu a
liderança do grupo. Ele representa a terceira geração da família nesse
segmento.
A inspiração, segundo Antônio Patriota, vem
diretamente do avô fundador da empresa. “Sem sombra de dúvida, a inspiração é o
gosto que ele tinha pelas fazendas, o amor que ele tinha junto com a minha avó,
comigo, com meus primos, com meus tios, de reunirmos todos na fazenda. Isso é
muito gratificante. Eu estou vendo que uma coisa que ele começou lá atrás, a
gente está dando essa continuidade e está levando o nome dele no nosso
criatório. Inclusive, significa JP Agropecuária: João Patriota. A gente está
eternizando o legado dele. Manter isso, para a gente, é muito bacana”, conta.
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