A estudante Juliana Soares – que foi agredida dentro
de um elevador pelo ex-namorado, em um caso que comoveu o País – usou as redes
sociais nos últimos dias para negar que tenha ligação com o PT. Pressionada por
seguidores, ela negou em uma das publicações que tenha filiação do partido, e
escreveu que defende uma pauta “apartidária”.
A possibilidade de Juliana se filiar ao PT e ser
candidata nas eleições de 2026 passou a ser especulada depois da presença dela
em compromissos ao lado de políticos da legenda. Entre outros eventos, ela
esteve em setembro na festa de aniversário da presidente estadual do partido,
Samanda Alves. E posou para fotos ao lado da governadora Fátima Bezerra.
“Venho através deste post dizer que não tenho
nenhuma ligação partidária. Do mesmo jeito que ando em eventos de um lado, ando
em comemorações e eventos do outro também. Nunca foi sobre partido. Minha pauta
é apartidária, e eu frequento os lugares que me forem convenientes e que eu for
tratada com respeito. Parem de inventar fake News com meu nome e imagem (sic)”,
escreveu Juliana, em post no Instagram.
Ela, no entanto, não tem descartado uma possível
candidatura. Recentemente, ela realizou uma enquete no Instagram questionando
se os seguidores votariam nela em uma eventual disputa.
Nos últimos dias, a possível filiação de Juliana ao
PT foi citada pelo vereador Matheus Faustino (União). Em um vídeo no Instagram
que já teve mais de 211 mil visualizações, Faustino afirma que, se Juliana se
filiar ao PT, vai praticar “uma grande hipocrisia” – em função de parlamentares
do partido terem votado contra o endurecimento do Código Penal em algumas
situações.
Em outra publicação, ele questionou se Juliana
Soares de fato não pretende ser candidata pelo PT, citando o encontro dela com
a vereadora Brisa Bracchi durante a Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres,
em Brasília. Juliana foi convidada para participar do evento pela ministra das
Mulheres, Márcia Lopes.
“É o velho ditado. Diga com quem tu andas que eu te
direi quem és. Não jogue no lixo um símbolo de uma luta necessária. Não faça
isso”, afirmou o vereador em mensagem direcionada a Juliana. Nos comentários do
post, a estudante foi atacada por seguidores de Faustino. “O cara bateu tanto
que endoidou a mulher”, escreveu um seguidor. “As porradas que ela levou
deixaram sequelas”, comentou outro usuário. Alguns disseram que não se
solidarizam mais com a mulher pela agressão sofrida.
Em resposta, Juliana Soares escreveu o seguinte nos
comentários de uma publicação em apoio a ela: “O ódio dado gratuitamente! Nunca
foi do meu feitio ataques a quem quer que seja, aí me aparece um cidadão desse.
Calada vence. Obrigada pela solidariedade. Cada um dá o que tem dentro de si
(sic)”.
Memória
Juliana Soares, estudante de 35 anos, foi alvo de
uma agressão brutal em um caso que chocou o País. Em 26 de julho, ela foi
espancada pelo então namorado dentro do elevador do prédio onde ela mora. Uma
câmera de segurança registrou o momento em que ela é atingida por 61 socos no
rosto.
Por causa das agressões, ela sofreu múltiplas
fraturas e passou por cirurgia de reconstrução facial no Hospital Universitário
Onofre Lopes (Huol), da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
O agressor, o ex-jogador de basquete Igor Eduardo
Pereira Cabral, foi preso em flagrante logo após o crime e depois teve a prisão
convertida em preventiva. Ele segue custodiado na Cadeia Pública Dinorá Simas,
em Ceará-Mirim. No dia 1º de agosto, ele denunciou que foi agredido na prisão.
No dia 4, o agressor emitiu uma nota através do
advogado de defesa, na qual pediu perdão e disse que que a atitude foi “influenciada
por um contexto de uso de substâncias e instabilidade emocional”. No dia 7, a
Justiça do Rio Grande do Norte aceitou a denúncia do Ministério Público, e o
ex-jogador virou réu por tentativa de feminicídio. Segundo a Polícia Civil, o
crime foi motivado por ciúmes.
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