Entidades de aposentados e pensionistas envolvidas
na Farra do INSS pediram a inclusão nos descontos associativos de pessoas
mortas em mais de 204 mil casos, revela levantamento feito pelo Metrópoles com
base em documentos da Controladoria-Geral da União (CGU).
A notícia é do Metrópoles. A investigação reforça
que as entidades apresentaram documentos falsos ao Instituto Nacional do Seguro
Social (INSS) na tentativa de inflar a lista de associados e, consequentemente,
ganhar cada vez mais, de maneira irregular, com os descontos associativos.
Essas mesmas instituições respondem a milhares de processos na Justiça de
aposentados e pensionistas por estarem descontando de benefícios
previdenciários na folha, sem o devido aval dos segurados.
Ao menos 31 entidades, de um universo de 38 que
tinham autorização do INSS para realizarem os descontos, solicitaram a inclusão
de pessoas mortas. A lista inclui nomes como Contag, Conafer e Ambec, que estão
entre as maiores do país, considerando o número de filiados.
A CGU considera “absurda” a simples tentativa de a
entidade pedir a inclusão de descontos em benefícios de pessoas já falecidas e
aponta que esse fato configura “forte indicativo de falsificação material de
documentos, uma vez que é juridicamente impossível a manifestação de vontade
por pessoa já falecida”.
“A inclusão de um novo desconto associativo não se
trata apenas do processo de preencher os dados na ficha e encaminhar ao INSS. É
necessário entrar em contato com os aposentados, convencê-los a se filiar,
coletar a documentação necessária e, por fim, preencher as fichas de filiação e
fazer o encaminhamento ao INSS”, explica a Controladoria-Geral da União.
“A inserção desses dados [de pessoas mortas] nos
sistemas do INSS, com o intuito de viabilizar descontos em folha de pagamento,
revela irregularidade grave e demonstra a total inidoneidade da documentação
apresentada”, prossegue a CGU.
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