terça-feira, 21 de outubro de 2025

Água mineral sofrerá reajuste a partir de novembro no RN; valor pode chegar a R$ 15

 


A partir de 1º de novembro, o preço da água mineral e adicionada de sais sofrerá reajuste em todo o Rio Grande do Norte. O valor do garrafão de 20 litros poderá variar entre R$ 9 e R$ 15, dependendo da política de preços de cada indústria. O aumento foi anunciado pelo Sindicato das Indústrias de Cervejas, Refrigerantes, Águas Minerais e Bebidas em Geral do RN (Sicramirn), que justifica a medida como necessária para manter o equilíbrio econômico do setor diante da elevação dos custos de produção.

De acordo com o presidente do Sicramirn, Joafran Nobre, o reajuste busca preservar a sustentabilidade das empresas e a qualidade do produto oferecido ao consumidor. “O aumento reflete um esforço de equilíbrio diante da elevação de custos que impactam cada elo da cadeia de uma forma diferente. Nosso compromisso é garantir que o consumidor continue recebendo um produto seguro e de excelência, dentro das normas sanitárias e ambientais exigidas”, afirmou.

A revisão nos preços ocorre em um cenário de alta generalizada dos insumos, influenciada por fatores como a inflação acumulada de cerca de 5% nos últimos 12 meses, reajuste do salário mínimo, aumento do preço do petróleo e encarecimento de materiais utilizados na fabricação de rótulos, tampas e lacres. Outro ponto de impacto é o preço do vasilhame, cuja principal matéria-prima — a resina plástica — é cotada em dólar, o que tem provocado variações significativas no custo final.

Em entrevista a rádio 98 FM Natal, o consultor executivo do Sicramirn, Daniel Penteado, reforçou que o reajuste não decorre de um único fator, mas do conjunto de pressões sobre a cadeia produtiva. “Não se pode atribuir o reajuste a um mero fator específico. É preciso considerar o custo do envase, da distribuição, da revenda ao consumidor final. A inflação afeta a mão de obra, o combustível e o transporte. O dólar, o preço do petróleo, o custo do frete e o chamado ‘custo Brasil’ também interferem na formação dos preços”, explicou.

Daniel acrescenta que, embora o setor não deseje novos reajustes, as condições econômicas e tributárias podem influenciar futuras decisões. “Ninguém consegue prever com exatidão essa necessidade. Não há interesse em novos aumentos, a não ser em casos extremos impostos pelo mercado ou pelo governo”, pontuou.

No Rio Grande do Norte, o consumo de água mineral é uma realidade para mais da metade da população, que utiliza o produto tanto em residências quanto em estabelecimentos comerciais. O estado possui atualmente 35 indústrias envasadoras, responsáveis por uma produção anual de cerca de 507 milhões de litros e pela geração de aproximadamente 10 mil empregos diretos e indiretos.

O setor é rigidamente fiscalizado por órgãos como o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) e pela Vigilância Sanitária, e adota o Selo de Controle Fiscal, mecanismo que assegura a procedência e a qualidade do produto entregue ao consumidor.

Com o novo reajuste, o Sicramirn reafirma o compromisso de manter o padrão de segurança e qualidade da água produzida no estado, apesar das pressões econômicas que têm atingido toda a cadeia produtiva.

 

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